Com alta de 39,7% em tráfego total, o setor aéreo encerrou dezembro com 76,9% do nível de 2019 para o mesmo mês. Com os resultados, o segmento finalizou 2022 em plena fase de recuperação, de acordo com a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo). No acumulado do ano, o incremento foi de 64,4% frente a 2021, chegando a 68,5% dos índices pré-pandemia. Na América Latina, as companhias aéreas reportaram crescimento de 119,2% no tráfego e 93,3% na capacidade anual. A região também foi destaque na taxa de ocupação ao alcançar 82,2% após aumento de 9,7 p.p. (pontos percentuais).

“O setor saiu de 2022 muito mais forte do que quando começou, já que a maioria dos governos suspendeu as restrições de viagens relacionadas à Covid-19 durante o ano e as pessoas aproveitaram a sua liberdade de viajar”, salienta Willie Walsh, diretor geral da IATA. “Esperamos essa mesma força no ano novo, apesar das reações exageradas de alguns governos à reabertura da China”, acrescenta.

Assim como em novembro, os dados da IATA reportam grande discrepância na recuperação anual entre os segmentos em virtude do fraco desempenho das viagens internacionais no segundo ano de pandemia. Em dezembro, o tráfego internacional contou com aumento de 80,2% frente ao mesmo mês de 2021, atingindo 75,1% do nível de dezembro de 2019. Com isso, o segmento contou com incremento de 152,7% no total do ano frente a 2021, alcançando 62,2% dos índices pré-pandêmicos.

Quanto ao tráfego doméstico, o aumento registrado em dezembro de 2022 foi de 2,6% frente a 2021, o que contribuiu para alcançar 79,9% do tráfego do mesmo mês de 2019. No total do ano, o segmento aéreo nacional contou com crescimento de 10,9% em relação ao ano anterior, atingindo 79,6% do patamar pré-pandemia.

Outras regiões

Apesar do desempenho da América Latina, o destaque fica para a Ásia-Pacífico, que registrou alta de 363,3% no tráfego internacional de 2022 frente a 2021. A capacidade cresceu 129,9%, enquanto a taxa de ocupação subiu 37,3 p.p., atingindo 74%.

Em seguida, aparecem as companhias aéreas do Oriente Médio e Europa, com alta de 157,4% e 132,2% no tráfego anual, respectivamente. Já capacidade aumentou 73,8% e 84,0%. A primeira região contou com aumento de 24,6 p.p. na taxa de ocupação, chegando a 75,8%, enquanto o indicador das empresas aéreas do continente europeu subiu 16,7 p.p., atingindo 80,6%.

Por fim, se encontram as companhias aéreas da América do Norte e da África, que registraram aumento de 130,2% e 89,2% no tráfego anual. A capacidade cresceu 71,3% e 51,0%, respectivamente. Com alta de 20,7 e 14,5 p.p., as empresas aéreas norte-americanas e africanas encerraram 2022 com taxas de ocupação de 80,8% e 71,7%.

“Esperamos que 2022 se torne conhecido como o ano em que os governos eliminaram para sempre as restrições regulatórias que mantiveram seus cidadãos presos em solo por tanto tempo”, comenta Walsh. “É vital que os governos aprendam a lição de que as restrições pouco ajudam a retardar a propagação de doenças infecciosas em nosso mundo globalmente interconectado e ainda impactam negativamente vidas, empregos e a economia global, que depende do movimento de pessoas e mercadorias”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Philip Myrtorp/Unsplash