O volume de serviços se encontrava em uma trajetória de crescimento há cinco meses consecutivos, refletindo a recuperação do setor frente aos baques da pandemia. Em outubro, no entanto, o setor registrou queda de 0,6% em relação ao mês anterior. Divulgados hoje (13), os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam ainda que o ramo de alojamentos e alimentação foram dos mais impactados no período, com queda de 1,9% no volume total de atividade, mostra o G1.

A pesquisa mostrou que o resultado total do setor representa o 20º crescimento consecutivo na análise anual. Embora a comparação com 2021 seja ainda mais frágil que a de 2019, o setor acumula alta de 8,7% no ano e de 9% nos últimos 12 meses. Ainda que se encontre 0,6% abaixo do pico, registrado em setembro, o volume de serviços prestados permanece 10,5% acima de fevereiro de 2020, mês anterior ao início da pandemia.

Atividades econômicas

Entre as cinco atividades avaliadas pela PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) do IBGE, apenas duas delas registraram crescimento – e o segmento hoteleiro não faz parte delas. O destaque fica para Outros Serviços (+2,6%), seguido pelos Serviços de Informação e Comunicação (+0,7%), com os demais ramos apresentando quedas, como os Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares (-0,8%).

Com redução de 1,5%, os Serviços Prestados às Famílias é uma das atividades que mais enfrentou dificuldades no mês de outubro. Isso inclui o subíndice Serviços de Alojamento e Alimentação, que foi ainda mais baixo que a média do indicador, com queda de 1,9%.

“Esse é um segmento que vinha mostrando uma sequência maior de taxas positivas no pós-pandemia”, pontua Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. “Entretanto, como a queda foi muito brusca no período entre março e abril de 2020, a maior frequência de taxas positivas ainda não foi suficiente para superar o nível pré-pandemia, de maneira que o segmento ainda se encontra 6% abaixo de fevereiro de 2020”, acrescenta.

Ainda assim, os principais responsáveis pela queda foram os Transportes, Serviços Auxiliares aos Transportes e Correio, que apresentaram baixa de 1,8% na comparação mensal. De acordo com Lobo, o aumento das passagens aéreas foi o principal fator, dado que o segmento aéreo foi, de longe, a modalidade que registrou a maior redução no volume (-10,1%).

“Observamos uma disseminação de taxas negativas no setor de transportes, seja em uma análise por modais, com queda de terrestres, aquaviários e aéreos, e a parte de armazenamento, serviços auxiliares ao transporte e correio, assim como em uma análise entre os tipos de uso, com quedas tanto no transporte de passageiros quanto no transporte de cargas”, finaliza Lobo.

(*) Crédito da foto: Scott Graham/Unsplash