Sentar à mesa é um momento de comunhão, pelo menos para a maioria dos brasileiros. Desde que o mundo é mundo, a gastronomia sempre foi sinônimo de integração e conexão entre pessoas. Como um ecossistema de lifestyle e hospedagem que preza pela vida em comunidade, o Selina explora com maestria esse conceito, sem perder sua identidade primordial com um toque regional dos destinos de seu portfólio.

Um dos principais pilares da rede, o A&B (Alimentos & Bebidas) tem como missão tanto atrair quanto reter hóspedes e visitantes. Em todas as propriedades, no Brasil e no exterior, o Selina busca desenvolver um verdadeiro storytelling em suas experiências gastronômicas.

Para Fernando Freitas, country manager para o Brasil, a gastronomia ajuda os viajantes a estabelecerem conexões reais e significativas com pessoas, lugares e comunidades. Com seu público-alvo composto por nômades digitais, clientes de diferentes faixas etárias e nacionalidades, o Selina abraça um nicho de mercado específico, mas ao mesmo tempo diverso.

O grupo, fundado em 2015 por Rafael Museri e Daniel Rudasevski, desenvolveu sua identidade de acordo com as demandas de seus criadores. “Eles buscavam um estilo de vida que permitisse conhecer novas pessoas, experimentar diferentes culturas, trabalhar de forma remota e, ao mesmo tempo, criar um sentimento de pertencimento em uma comunidade”, conta Freitas.

Com uma estratégia pautada em transformar seus hotéis em destinos, a rede estabeleceu uma forte conexão com as comunidades locais, que atuam ativamente nas experiências internas dos empreendimentos. “Esse intercâmbio entre viajantes e habitantes locais está no centro da experiência Selina e é um fator chave para o sucesso da companhia”, avalia o executivo.

Selina - fernando freitas

Rede preza pela regionalidade, diz Freitas

Oferta em constante movimento

Diversidade e individualidade são duas palavras que ressoam com a oferta gastronômica do Selina. Como uma rede global, o grupo preza por pratos internacionalizados, mas sem perder as características locais. Sempre em busca de manter o público interessado e atento, a empresa aposta na constância de novidades.

Por exemplo, o Powerplant, no Selina Aurora, que a reportagem do Hotelier News teve a oportunidade de conhecer, a proposta é um menu 100% vegano e vegetariano. Uma aposta ousada, levando em consideração que o restaurante é responsável por toda a operação de A&B da unidade. “É uma marca consolidada em Lisboa e em Londres, que agora também está presente no Brasil”, destaca Freitas. O executivo ainda adiantou o lançamento do Rádio Bar, nova marca gastronômica que será anunciada em breve.

O country manager explica que, quando o Selina planeja uma nova unidade, compreender o contexto no qual estará inserida é o primeiro passo. “Se estamos inaugurando uma unidade em uma metrópole, na serra ou na praia, isso terá um impacto significativo desde o design e arquitetura até a operação de A&B. É fundamental que nossa presença seja harmônica e contribua de forma positiva para a identidade da cidade”, enfatiza.

Com a premissa de “pensar global, agir local”, o Selina desenvolve cardápios reconhecíveis para a maior parte do público, mesclando ingredientes locais e priorizando fornecedores regionais.

E muito além de um local para fazer uma refeição, os restaurantes do Selina cumprem um papel de integrar pessoas através da música, entretenimento e arte. “Estes espaços são calorosos, enérgicos e acolhedores, além de decorados com obras de arte locais, móveis reciclados e plantas, de acordo com o branding de cada unidade”, pontua Freitas.

Em Foz do Iguaçu (PR), por exemplo, o Selina conta com o restaurante e bar The Lounge Foz, que oferece um ambiente com um toque de sofisticação, com um menu de drinks sazonais servidos no balcão. “Recentemente, renovamos o cardápio, e um dos coquetéis mais reconhecidos é o Três Fronteiras, uma interpretação dos países que compartilham a famosa fronteira: Brasil, Paraguai e Argentina”, ressalta o executivo.

Em Búzios, o Rolling Chef é fruto da parceria com chefs locais. Já em Florianópolis, o The Beach Surf House opera como um beach club que atrai surfistas, turistas e moradores. “O beach club oferece gastronomia contemporânea, variedade de drinks e uma extensa programação de shows e atividades”, acrescenta o country manager.

Terceirizar ou não?

A questão acima divide opiniões na hotelaria em geral, mas para o Selina, é uma questão de destino, projeto, entre outros fatores. Freitas define a gestão da operação como “flexível”, variando de hotel para hotel.

“Por exemplo, na unidade de Copacabana, temos o De Copa, um restaurante que oferece um cardápio abrangente, ideal para quem deseja desfrutar de um brunch. Esse espaço é operado por terceiros, assim como o The Garden Paraty, localizado em Paraty”, diz Freitas.

Por outro lado, em algumas unidades, como Foz do Iguaçu, o Selina optou por gerir internamente as operações de A&B. “Mas sempre trabalhamos de forma colaborativa para entender as necessidades dos hóspedes e visitantes, desenvolvendo estratégias de comunicação e buscando inovações. Isso resulta na criação de um ecossistema interconectado e que, no final do dia, irá prezar por um atendimento e entregas de qualidade igualmente”, complementa o executivo.

Impacto na receita

Fazer dos hotéis pontos de encontro entre viajantes e comunidade é parte do DNA da rede. E muito mais do que um conceito, a proposta reflete positivamente nos resultados. No Brasil, o A&B representa cerca de 35% do faturamento, desempenhando um papel importante na performance.

Já 44% da receita do grupo é oriunda de produtos e serviços do quarto para fora, como coworking, experiências e gastronomia. “Ou seja, é um modelo de negócio que busca outras formas de gerar lucro, diversificando os caminhos”, salienta Freitas.

Outro dado relevante é que 61% da receita de A&B provém das comunidades locais, refletindo de maneira eficaz o valor de estar integrado à comunidade. “Em termos mais simples, colocamos em prática aquilo que defendemos desde a fundação do Selina”, afirma o executivo.

E falando em diversificação de receita, o Selina também coloca o bem-estar como um aliado da gastronomia. Com um programa dedicado em suas nove unidades no Brasil, a rede oferece uma ampla variedade de atividades que vão desde aulas de yoga, meditações guiadas até massagens e tratamentos estéticos. “Acreditamos que o exercício, a atenção plena e a nutrição são elementos inegociáveis no bem-estar geral de uma pessoa e um apoio fundamental na sua visão de como se conectar com os demais”, finaliza Freitas.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Selina