Já faz algum tempo que a hotelaria brasileira vem implorando por opções gastronômicas mais inclusivas, modernas e que atendam às expectativas de gerações emergentes de consumidores. Em uma jogada ousada, mas pertinente para seu perfil de público e localização, o Selina Aurora abriu as portas do primeiro Powerplant da América do Sul – restaurante de operação própria da rede com proposta 100% vegetariana e vegana.

Aberto em fevereiro deste ano no Centro da cidade, o Powerplant paulistano replica os conceitos de outras unidades, localizadas em Lisboa e Londres, mas com tempero brasileiro. Além de receitas autorais, o restaurante serve releituras de pratos clássicos como a feijoada e o espaguete à carbonara.

Ok, um restaurante vegetariano em São Paulo não é nenhuma novidade, entretanto, um hotel com 100% de sua oferta gastronômica composta por receitas sem carne, é. O Powerplant é o centro das operações de A&B (Alimentos & Bebidas) do Selina Aurora, onde são servidos café da manhã, almoço e jantar.

Ainda que o número de vegetarianos e veganos no Brasil tenha aumentado consideravelmente, existe uma parcela de consumidores que não aceitaria muito bem a proposta. Sobre a aposta arriscada do hotel, Jéssica Michellin, gerente de Marketing do Selina, afirma que o espaço é sucesso tanto entre hóspedes quanto passantes.

Powerplant Ambiente

Salão possui 45 lugares

 

“Nosso perfil de público lida muito bem com essa oferta e está aberto a novas experiências. Mesmo quem é de fora gosta de vir aqui saborear nossos pratos. Temos algumas opções de combo de café da manhã no Powerplant que também estão disponíveis em outras unidades do Selina e são os mais pedidos”, explica Jéssica.

Antes do Powerplant abrir as portas, a gastronomia do Selina Aurora era terceirizada, mas o espaço desde a abertura do hotel funciona como um ponto de encontro da região da República. De quinta-feira a domingo, o empreendimento oferece uma série de programações com música ao vivo entre outras atividades. Com apenas 45 lugares, aos finais de semana a recomendação é fazer reserva antecipada.

“Nossa ideia era abrir o restaurante em São Paulo para sentir a resposta do público. A escolha de trazer o Powerplant para o Selina Aurora veio de encontro com a região. O Selina é uma rede que gosta de explorar nichos e não faria sentido servir um arroz com feijão comum, ainda mais em um bairro com tantas opções”, salienta Watila Douglas, gerente Regional de A&B da rede.

Jéssica e Watila

Jéssica Michellin, gerente de Marketing, e Watila Douglas, gerente Regional de A&B

Menu vegetariano para todos os gostos

O empreendimento, que recebe cerca de 60% de clientes brasileiros e outros 40% estrangeiros, buscou desenvolver um menu que valorizasse a culinária brasileira, mas que dialogasse com seu público de forma fluida. O cardápio foi criado pela equipe de A&B da rede e executado pela chef de cozinha Lana Xavier.

Um dos carros-chefes da casa, a feijoada não leva carne vegetal. O prato é feito de tofu banhado no shoyo e molho tarê, shitake, abóbora, couve, vinagrete e “torresmo” de berinjela.

Saladas, bowls, sanduíches, risotos e pratos executivos também fazem parte do cardápio. Entre os bowls, o destaque vai para o Kurisupi — à base de gohan, berinjela crocante picada, tofu, shimeji salteado, edamame, cebolinha, servido com molho tarê e molho de soja.

No café da manhã (que pode ser incluso ou não na diária do hotel), os combos são servidos à la carte. As opções são compostas de ovos mexidos, tapiocas, frutas, pão de queijo, além de opções avulsas como avocado toast, waffles e mingau de aveia.

feijoada vegana

Feijoada vegana é uma das estrelas do menu

Diversidade refletida nos drinks

O Selina tem a diversidade em seu DNA, o que foi o match perfeito para o Centro de São Paulo. A região da República, com forte movimentação do público LGBTQIA+, é homenageada na carta de drinks assinada por Tayná Fernandes.

A coquetelaria do Selina Aurora traz o conceito mindful drinking – que preza pelo beber consciente. Logo, a carta oferece opções com ou sem álcool, receitas autorais e releituras de clássicos como o Negroni e Gin Tônica.

“É um conceito de experiência, onde o drink é finalizado na mesa. Orientamos nosso time a contar histórias e não apenas servir, pois assim criamos conexões autênticas, que é o nosso lema”, salienta Douglas.

Com nomes divertidos como o Aroucheando (curaçau, limão cravo, tequila infusionada com maracujá e vodka), drink que leva as cores da bandeira LGBTQIA+, a carta é uma forma de gerar conexão e identificação com o público frequentador do hotel e da região.

Aroucheando homenageia a comunidade LGBTQIA+

 

“Fazemos essas brincadeiras pois somos uma rede inclusiva. Nascemos assim e isso está em nosso DNA. E essa diversidade não é apenas de público, mas também está presente em nosso quadro de colaboradores, o que gera identificação com a marca”, destaca Jéssica.

O espaço, mesmo com pouco tempo de operação, está se tornando um case dentro da rede. Contudo, o Selina não tem planos de abrir outra unidade do Powerplant no Brasil, pelo menos por enquanto.

O Powerplant é pet friendly e funciona todos os dias, das 7h às 22h. Para conhecer o menu completo acesse o link.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Selina e Nayara Matteis/Hotelier News