O turismo internacional está retomando sua relevância para o Brasil. Em 2023, turistas estrangeiros injetaram R$ 34,5 bilhões na economia brasileira. E 2024 já começou com boas perspectivas. Apenas em janeiro, 956,7 mil visitantes de outros países desembarcaram por aqui para aproveitar o verão, especialmente em destinos de sol e praia.

O aumento de fluxo foi observado por todos os principais destinos emissores, com exceção da Argentina, que vive um agravamento da sua crise econômica. De acordo com dados do MTur (Ministério do Turismo), Embratur e Polícia Federal, houve um tímido recuo de -1,4% no total de turistas estrangeiros em janeiro de 2024 frente ao mesmo período em 2023. Essa queda foi sentida pela menor frequência de argentinos.

No total, foram 14,5 mil turistas internacionais a menos, já que nos primeiros 31 dias de 2023 o país recebeu 971,2 mil visitantes de fora.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, aposta no reforço das chegadas de estrangeiros a partir do trabalho conjunto com a Embratur. “Temos excelentes perspectivas para alavancar o número de turistas estrangeiros no Brasil neste ano. Sediaremos a reunião de líderes do G20, começamos os preparativos pra COP30, temos a atuação do escritório da OMT no Rio de Janeiro. Vamos seguir trabalhando para melhorar a imagem do Brasil em grandes eventos internacionais. Com essa ação conjunta, seguiremos firmes para alcançarmos a meta de 10 milhões de estrangeiros em quatro anos”, ressaltou Celso Sabino, ministro do Turismo.

Queda no fluxo de argentinos

Quanto aos turistas da Argentina, principal emissor do Brasil, a queda chegou a 19%, ou -110,3 mil turistas na comparação com janeiro de 2023, quando 562,4 mil hermanos vieram curtir o verão e as festas pré-carnavalescas. Este ano, foram 452,1 mil argentinos. O resultado negativo foi atenuado devido às ações da Embratur, que estabeleceu um plano de contingência à crise econômica que atravessa o país vizinho.

Com informações de inteligência de dados, em contato com entidades na Argentina e com a análise de relatórios da Embaixada do Brasil no país, desde maio de 2023 a Embratur reorientou suas ações em duas direções: a de reforçar a promoção do turismo brasileiro como uma alternativa aos turistas argentinos de alto poder aquisitivo, que recalcularam suas viagens devido ao preço do dólar e do euro; e reforçar a promoção nos países da América Latina, para garantir um acréscimo de visitantes que compensasse a queda na chegada de argentinos.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou as medidas compensatórias que permitiram a manutenção dos níveis de entrada de turistas internacionais na largada do verão. “Com a adoção dessa estratégia, foi possível manter o registro da entrada de turistas internacionais no Brasil em patamares equivalentes aos de janeiro do ano passado. Mantivemos a atenção na Argentina, é o nosso principal mercado e não vai deixar de ser, mas temos resultados muito importantes e no curto prazo em todo o continente, com destaque para Chile e Paraguai”, explicou.

Os argentinos seguem como principais emissores de turistas para o Brasil. Já o segundo maior emissor, no período, foi o Paraguai, que apresentou um aumento no número de entradas no país de 19,4 mil, indo de 84,8 mil em janeiro de 2023 para 104,3 milem 2024. O crescimento percentual foi de 22,9%.

Chile em destaque

O terceiro lugar em emissões de turitas estrangeiros ficou com o Chile, que apresentou, também, o maior crescimento percentual: 47,8%. O país foi de 52,2 mil visitantes no Brasil no primeiro mês de 2023 para 77,2 mil em janeiro deste ano, um acréscimo de 25 mil turistas. Além disso, no acumulado de 2023, o país retornou ao patamar pré-pandemia registrado em 2018 e retomou a posição de terceiro maior mercado emissor de turistas para o mercado brasileiro, com um total de 458,5 mil chegadas.

Em quarto lugar, no mês de janeiro, o Uruguai passou de 56,4 mil turistas enviados ao Brasil para 62,8 mil no mesmo período deste ano – um aumento de 6,4 mil, ou 11,3%. Na sequência, em quinto, vem os Estados Unidos, com alta no número de visitantes que chegou a 8,9%. O país foi de 47,6 mil no primeiro mês do ano passado para 51,9 mil este ano, 4,2 mil a mais.

Já a Bolívia enviou 17,6 mil turistas para o Brasil em janeiro último, um crescimento de 4,3 mil, e ficou em sexto. O Peru, em sétimo, teve aumento de 2,1 mil visitantes, com 9,2 mil entradas registradas. O Equador vem em seguida, com 1,6 mil entradas e aumento de 78 turistas, e a Venezuela registrou 1,1 mil visitantes nos primeiros 31 dias deste ano, um crescimento de 158 pessoas em relação a janeiro do ano anterior. Os demais países emissores cresceram, juntos, 40,6 mil, passando de 167,6 mil para 208,2 mil no comparativo entre os períodos.

(*) Crédito da foto: Luciola Vivella/MTur Destinos