O setor de turismo vinha se recuperando gradualmente, até que 2022 se consolidou como o ano da volta à normalidade. Ainda que a pandemia esteja ficando no passado, muitos viajantes não baixaram a guarda e levam a prevenção ao contágio por Covid-19 como uma de suas prioridades de viagens.

A retomada veio acompanhada de diversas mudanças nos comportamentos e preferências dos turistas. Com mais um ano à frente, a agência de comunicação Marco divulgou os dados da pesquisa O Comportamento do Consumidor Pós-Covid II para avaliar as tendências percebidas em 2022, em especial o que tange a preocupação com a pandemia.

As normas de segurança de Covid-19 ao viajar viraram o padrão. Contudo, o hoteleiro não pode deixar essa questão de lado, pois 71% dos brasileiros ainda se preocupam como vírus ao viajar, especialmente entre os nascidos entre 1965 e 1981 (77%). Há também maior preocupação entre os homens (74%) do que entre as mulheres (69%).

“Embora essa situação ainda exija atenção, vimos como o turismo voltou a crescer, atingindo níveis quase pré-pandêmicos, atraindo muitas pessoas para destinos menos conhecidos ou que têm mais a oferecer em termos de cultura e lazer”, comenta Didier Lagae, fundador e CEO da Marco.

Já entre os mais jovens (de 18 a 25 anos) a prioridade para viajar são os destinos sustentáveis (66%) e longe de casa (55%). Quanto aos entrevistados entre 26 e 40 anos, o bem-estar ficou em primeiro lugar, visto que locais com opções de spa são preferência de 68% e destinos com atividades esportivas, de 57%.

Ainda assim, no geral, 87% dos brasileiros apontaram que a diversão foi a prioridade no momento da escolha dos destinos em 2022. Ao mesmo tempo, 79% buscaram por destinos inéditos e ricos culturalmente, enquanto 77% priorizaram boa comida e experiências.

Outras tendências

Os canais de vendas também foram impactados por essas mudanças. O isolamento obrigou os consumidores a fazer uso maior do e-commerce e esse hábito permanece mesmo após a reabertura das vendas físicas. A pesquisa revela que 60% dos entrevistados brasileiros afirmam que os produtos que mais compram online são as passagens aéreas, dispensando a necessidade de se deslocar até as agências de viagens.

“Ainda que o comportamento do consumidor esteja em constante transformação e os resquícios da pandemia de Covid-19 tornem impossível medir todo o impacto provocado sobre a rotina das pessoas, a pesquisa confirma o quanto o mercado de turismo precisou lidar com uma demanda reprimida, especialmente entre os brasileiros”, pontua Douglas Meira, head América Latina e country manager Brasil da Marco.

“Destaque ainda para a crescente preocupação com a saúde e a segurança sanitária, que se tornou preponderante entre os viajantes em decorrência dos tempos de confinamento. Mais do que nunca, isso precisa estar no radar de toda a cadeia produtiva que atua no setor de turismo”, finaliza Meira.

(*) Crédito da foto: Lukas Souza/Unsplash