Aprovado no último dia 8 pelo Senado, o texto da reforma tributária não foi bem recebido pelo mercado. A proposta consolidada pelos senadores sofreu ajustes considerados negativos, de acordo com uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest. De acordo com o InfoMoney, a versão da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata de impostos sobre consumo é pior do que a recebida pela Câmara dos Deputados, mas ainda considerada um avanço frente ao sistema vigente no país.

O levantamento, realizado com executivos de bancos e corretoras do Rio de Janeiro e São Paulo, resultou na quinta edição da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, divulgada hoje (22) pela Genial/Quaest.

Segundo o levantamento, 73% dos entrevistados entendem que as alterações feitas pelo Senado Federal à reforma tributária pioraram o projeto, enquanto 27% acreditam que o texto foi aprimorado.

Sobre o sistema atual, 74% afirmam que o novo modelo representa melhorias, enquanto 14% veem retrocessos e 12% têm o mesmo juízo sobre ambos. Em uma escala de 0 a 10, a nota média dada pelos gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão consultados para a proposta é de 5,3.

Pontos positivos e negativos

Do lado positivo, a maioria dos respondentes destacou a simplificação e a maior transparência tributária proposta pelo novo modelo (50%), uma possível diminuição da guerra fiscal entre os Estados (26%) e a desoneração do setor industrial (15%). Também são lembrados o impacto na redução de desigualdades (5%), o aumento da arrecadação (3%) e a desoneração de medicamentos e da cesta básica (1%).

Já entre os pontos negativos a falta de clareza sobre algumas escolhas tributárias (63%) foi o mais indicado. Ainda apareceram um possível aumento da carga tributária do setor de serviços (16%), da tributação do petróleo e da gasolina (11%) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (5%).

A PEC já foi aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, mas, como sofreu modificações de uma casa para a outra, precisa ser submetida a uma nova apreciação da primeira.

O estudo da Genial/Quaest também revelou expectativas dos agentes do mercado financeiro para os próximos passos da proposta. Para 68% dos entrevistados, a Câmara concluirá a votação da matéria, abrindo a possibilidade de promulgação pelo Congresso Nacional, ainda em 2023. Outros 32% não acreditam nessa possibilidade.

(*) Crédito da foto: Roque de Sá/Agência Senado