Mesmo em tempo de maior ansiedade financeira, as viagens ocuparam uma parcela consistente das carteiras dos norte-americanos. E apesar de parecer uma realidade distante, pode sim ser aplicada ao cenário do Brasil, visto que há boas perspectivas para o aquecimento da demanda em toda a América do Sul. O entusiasmo pelas atividades nos destinos, o interesse por locais mais diversos e o regresso dos baby boomers em maior número somam-se os indicadores positivos. Dessa forma, o que irá, de fato, moldar a indústria em 2024? Pesquisa realizada pela Deloitte aponta alguns dos principais insights.

Primeiro, cabe dizer que a flexibilidade no local de trabalho parece ainda mais preparada para impulsionar essa demanda. Por outro lado, apesar da perspectiva otimista, um cenário macroeconômico adverso poderá alterar o comportamento das viagens? A frequência delas pode, sim, sofrer certo recuo, mas se os grupos de rendimentos mais elevados estiverem relativamente isolados deste cenário, os produtos de viagens de maior ticket médio poderão ter melhor desempenho em relação aos produtos mais econômicos, aponta o artigo publicado no Hotel News Resource.

Do lado empresarial, muitos decisores procurarão um delicado equilíbrio entre orçamentos mais conservadores e a prossecução dos benefícios estratégicos que as viagens podem proporcionar. O relatório analisa cinco tendências que deverão moldar a indústria neste ano.

O que vem por aí?

Fornecedores encontram formas de elevar a experiência: as altas taxas de juros e custos elevados de alguns bens podem dificultar a atualização dos hotéis. Além disso, alguns dos maiores desafios das companhias aéreas resultaram de eventos climáticos e questões de pessoal, que não estão inteiramente sob seu controle.

Ainda assim, as companhias e serviços de hotelaria sabem que precisam melhorar as experiências que oferecem ou correm o risco de perder a atenção dos viajantes.

Recuperação corporativa continua, mas os ganhos desaceleram: embora as viagens para construir relacionamentos com clientes e apoiar a colaboração da equipe continuem sendo fundamentais para o sucesso do negócio, os custos são uma preocupação significativa. No meio desses esforços para uma orçamentação prudente, é provável que os gastos com viagens corporativas ultrapassem a a linha pré-pandemia.

Mais viagens ou viagens mais longas? os viajantes escolhem sua própria aventura. Um dos efeitos mais duradouros da pandemia foi uma mudança na forma como o trabalho corporativo é realizado. Os acordos remotos e híbridos parecem ter vindo para ficar, e a porcentagem de viajantes que planejam trabalhar nas suas viagens de lazer mais longas aumentou.

Gastos com marketing mudam: à medida que a procura de viagens regressou e mostrou resiliência contínua à ansiedade econômica, os gastos com marketing da indústria registraram uma tendência de aumento e os fornecedores aproveitaram uma onda de procura reprimida. Mas à medida que o crescimento abranda, haverá maior necessidade de um marketing mais direcionado, que construa novas estratégias para um cenário em mudança.

IA generativa: a geração de IA (Inteligência Artificial) já está influenciando as viagens, sendo a eficiência do call center o benefício mais amplamente divulgado. Assim, a tendência é de que o recurso ganhe cada vez mais importância nos processos.

(*) Crédito da foto: ThePixelman/Pixabay