Para o mercado hoteleiro, o apelido no título da matéria se encaixa como uma luva. E, mesmo que você não goste do som, não há como negar que Taylor Swift é um furacão. Onde a cantora norte-americana se apresenta, uma multidão vai atrás, lotando os hotéis das cidades por onde passa. Agora em novembro, São Paulo viverá a mesma coisa. Revenue manager, hora de recalibrar a precificação!!

Agora, de fato, anúncios de grandes shows internacionais sempre geram boa expectativa para a hotelaria. Em março, por exemplo, a combinação entre um grande festival de música (Lollapalooza Brasil) e seis apresentações de uma banda estourada em tour mundial (Coldplay) gerou para o mês uma demanda bem acima da média, como antecipamos em uma reportagem 30 dias antes. No fim das contas, segundo dados do Observatório de Turismo e Eventos da Prefeitura, a cidade atingiu a marca de 77% de ocupação – melhor resultado para o período em cinco anos.

Taylor Swift confirmou três shows na capital paulista, nos dias 24,25 e 26 de novembro, no Allianz Parque. Ela ainda fará mais três apresentações nos dias 17,18 e 19, no Engenhão, no Rio de Janeiro. Entretanto, vamos focar na movimentação de São Paulo.

A The Eras Tour, atual turnê de Taylor Swift, marcará a primeira vez da cantora em terras brasileiras, o que levou os “swifties” à loucura. Com ingressos esgotados em questão de horas para as seis datas, caos online e presencial para a compra dos bilhetes (com direito a fãs acampados em filas por semanas), a passagem da artista será de notável relevância para a economia das duas capitais.

Agora, não se trata de um privilégio brasileiro. Nos EUA, o furacão é igual ou mais forte. De acordo com o CoStar, após o anúncio da turnê norte-americana, em novembro de 2022, gerentes gerais de hotéis sentiram o impacto imediato na procura por reservas no mesmo nível de um evento do porte do Super Bowl.

Em um movimento contrário à maioria dos eventos de alta demanda, os swifties imediatamente correram para garantir quartos de hotéis nos EUA, antes mesmo de adquirirem os ingressos para as apresentações.

Com shows de sexta-feira, sábado e domingo, dados do STR apontaram um salto de ocupação de quase 15 pontos percentuais aos domingos nos hotéis norte-americanos, frente a nove pontos percentuais na sexta-feira e no sábado. Será que veremos o mesmo por aqui?

Alta procura em São Paulo

Parceira do Hotelier News no Hotel Trends Stats, a OTA Insight desenvolveu dois mapas de calor que dão uma boa noção do crescimento da demanda para hotéis na capital paulista. Na primeira parte do GIF abaixo, é possível ver a procura por hospedagens para as datas das apresentações antes do comunicado oficial dos shows. Já a segunda apresenta a busca por reservas uma semana após a confirmação da perna brasileira da turnê The Eras Tour. Muito vermelho de uma hora para a outra, não?

“O que mais nos chamou a atenção ao analisar os dois mapas foi a janela de uma semana. Desde que iniciamos nossas análises, nunca havíamos presenciado uma mudança de demanda tão grande em tão pouco tempo”, avalia Ricardo Souza, Lead Team da OTA Insight para a América Latina.

Souza compara o furacão Taylor Swift aos shows do Coldplay. Contudo, é preciso lembrar que a cantora norte-americana fará “apenas” três apresentações em São Paulo, enquanto a banda britânica realizou o dobro. “Em nenhum evento acompanhamos um pico tão extremo. A velocidade que a demanda reagiu ao anúncio dos shows foi muito impressionante”, reitera Souza.

Outro ponto relevante é o volume de buscas tanto de hotéis, quanto de voos. Faltando cinco meses para as apresentações, o pico de procura por hospedagens já é superior, por exemplo, ao The Town — festival de música que acontece em setembro, na capital paulista. “O The Town é um evento que trará diferentes bandas em cinco dias de festival. A Taylor Swift, sozinha, superou essa procura”, revela Souza.

A cantora também vem se destacando frente a realização do Grande Prêmio São Paulo de F1, que será realizada em novembro e tradicionalmente eleva todos os indicadores de São Paulo. “É impressionante o volume de buscas por hotéis, mostrando que serão dias com alto potencial de ocupação não apenas para a região do Allianz Parque, mas para a cidade como um todo”, comenta o executivo da OTA Insight.

(*) Crédito da capa: Getty Images

(**) Crédito dos gráficos: Divulgação/OTA Insight: