No que tange a atração de turistas estrangeiros, diversos fatores impedem o Brasil de ganhar destaque. Entretanto, o país vem trabalhando para que o número de visitantes de outras nacionalidades retorne aos níveis pré-pandêmicos.  Ainda que 2022 tenha encerrado com 3,63 milhões de chegadas internacionais, resultado cinco vezes maior do que o observado em 2021, o índice ainda é 43% inferior ao registrado em 2019, pior resultado da série histórica até então, segundo dados do MTur (Ministério do Turismo)

Contudo, a velocidade de recuperação do fluxo de estrangeiros foi considerável ao longo do ano, de acordo com o órgão. Em janeiro de 2022, o número de chegadas chegava a 38% dos patamares de 2019. Em julho, o percentual subiu para 63% e, em dezembro, alcançou 82%.

Mercados emissores

Entre os países que mais influenciam o resultado total do turismo internacional no Brasil, a Argentina é destaque, representando um terço dos visitantes estrangeiros (33%) em 2019. Em virtude do desempenho econômico argentino, o país deixou a primeira posição no ranking de principais mercados emissores em 2021, ao trazer apenas 3% do número de viajantes registrado antes da pandemia. Em 2022, no entanto, o emissivo argentino superou a marca de 1 milhão de turistas, voltando a encabeçar a lista, com 53% do fluxo pré-pandemia.

Logo atrás, encontram-se os Estados Unidos, que assumiram temporariamente a primeira posição do ranking de mercados emissores em 2021. O país, que respondia por 10% do receptivo brasileiro em 2019, retomou cerca de 75% do fluxo de turistas em 2022. O Paraguai também se recuperou (76%), a ponto de subir na lista ao ultrapassar o Chile, que retomou 52% do emissivo pré-pandêmico.

A pesquisa do MTur aponta também que, ainda assim, os países apresentados são destaque apenas em números absolutos, pois no que se refere ao melhor percentual de recuperação, Portugal e Irlanda estão na frente. As chegadas internacionais de ambos os países chegaram a 85% dos valores de 2019. Com isso, os portugueses subiram da nona para a sexta posição do ranking de maiores mercados do turismo internacional no Brasil. Em contrapartida, países como Venezuela, China e Japão ainda não retomaram sequer 25% do fluxo observado antes da pandemia.

(*) Crédito da foto: Blake Guidry/Unsplash