Em 2021, o Brasil foi o sétimo país emissor de gastos globais de viagens, com despesa média de US$ 2.177 por turista, segundo dados da GlobalData. De acordo com previsões da empresa de análise de dados, esse número deve saltar para US$ 2.325 até 2025 — tornando o mercado brasileiro ainda mais valioso para o setor.

Se as previsões da GlobalData se concretizarem, o Brasil subirá uma posição no ranking para ocupar o sexto lugar da lista, ficando atrás da Austrália, EUA, Islândia, Cingapura e Maurício. A análise observa que a média de gastos de brasileiros no exterior é um indicador de que há um escopo significativo para destinos de luxo e longa distância atraírem essa fatia de mercado.

Reforçando o potencial do mercado brasileiro para outros países, o BC (Banco Central) divulgou esta semana que o total de gastos de turistas tupiniquins fora de seu território nacional mais do que triplicou em março de 2022 frente ao mesmo período em 2021. No terceiro mês do ano, os brasileiros desembolsaram US$ 1,1 bilhão no exterior.

O último relatório da GlobalData, Brasil Source Tourism Insight Report 2022, revela que, apesar de valiosa, a fonte brasileira é também desafiadora em termos de tendências globais de viagens. Segundo o estudo, recomendações de amigos e familiares, bem como acessibilidade são pontos fundamentais na tomada de decisão.

mercado brasileiro - grafico

Preferências

Uma pesquisa desenvolvida pela empresa aponta que 60% dos entrevistados brasileiros relataram que as recomendações de amigos e familiares são fator de maior influência na escolha do destino, superando a média global de 47%.

Players experientes do setor aproveitarão o poder das recomendações pessoais para ajudar a construir uma base de clientes recorrentes e criar uma comunidade de defensores poderosos em torno de seu produto, serviço ou destino”, avalia Hannah Free, analista de Viagens e Turismo da GlobalData.

Já 51% dos turistas brasileiros consideram a acessibilidade fundamental para viajar, como opções de voos diretos. Outros 49% consideram os custos acessíveis como um fator de influência, abaixo da média global, de 58%.

Desafiando ainda mais as tendências de viagens convencionais, o mix de destinos de saída do Brasil foi dominado pela Europa. O continente foi responsável por 68,2% das viagens internacionais dos brasileiros em 2021, seguido pela América do Norte (28,3%) e América do Sul e Central (3,3%).

“No geral, há uma margem significativa para destinos de compras internacionais para atrair o mercado de origem brasileiro, devido aos altos impostos cobrados sobre bens de luxo importados e a disposição dos mercados brasileiros em dedicar uma parcela significativa da receita em viagens ao exterior”, conclui Hannah.

(*) Crédito da capa: Momfonline/Pixabay

(**) Crédito do gráfico: Divulgação/GlobalData