O turismo de luxo está mais aquecido do que nunca e os números da LHW (The Leading Hotels of the World) podem provar. Com 400 propriedades no mundo, sendo apenas nove delas no Brasil, a coleção de empreendimentos de alto padrão somou US$ 26,5 milhões em vendas no mercado brasileiro. O resultado representa um salto de 38% frente ao resultado de 2019 — até então considerado um ano recorde pela empresa.

João Annibale, diretor regional da LHW para o Brasil, pondera que a coleção de hotéis não considera os anos de 2020 e 2021 em sua base comparativa. “Tivemos um salto gigantesco em 2022, pois existia uma demanda represada, além de incremento nas diárias médias. Ou seja, ganhamos em volume e tarifa”, explica.

Considerando apenas o mercado latino-americano, o Brasil gerou cerca de 53% dos negócios da LHW. A nível global, o país representa em torno de 5%. “Os nossos hóspedes que residem no Brasil estão retornando aos nossos 400 hotéis pelo mundo. Em 2022, o brasileiro realmente voltou a viajar, mas ainda se concentrando no mercado nacional”, pontua Annibale.

No ano passado, o Brasil foi o mercado mais vendido para brasileiros. Todavia, o executivo ressalta que Itália, Suíça, França e EUA estão entre os países mais procurados por viajantes tupiniquins. “Quando a Itália abriu suas fronteiras, veio uma avalanche de reservas, jogando o país para cima, mas ainda sem superar o próprio Brasil. O México caiu na preferência, pois não há mais a necessidade de fazer quarentena para entrar nos EUA”, acrescenta.

LHW - João Annibale

Números são absurdos, diz Annibale

O comportamento do consumidor de luxo

Annibale revela que existe certa impaciência por parte dos hóspedes — fator que pressionou as agências de viagens no último ano. “Cerca de 60% dos nossos clientes chegam por agências de viagens. E a falta de mão de obra dos hotéis, a perda de capacidade de atendimento e as altas taxas de ocupação colocaram uma pressão imensa nesses parceiros”.

Em contrapartida, essa parcela de clientes passou a se programar com maior antecedência, uma vez que a demanda está aquecida. “Já temos hóspedes solicitando reservas para o início de 2024, pois sabem que do jeito que o mercado está, eles podem acabar atrasados. O brasileiro precisou se adaptar neste sentido”, salienta o executivo.

Em 2022, quem viajou passou a permanecer mais tempo nos hotéis, com estadas de mais de 20 dias e até meses inteiros. “Percebemos as pessoas trocando menos de hotel. No geral, as estadas estão mais longas. Por outro lado, existe uma parcela de turistas que encurtou as viagens para não perder qualidade”, avalia o diretor da LHW.

No ranking dos hotéis mais procurados, Annibale destaca o Ponta dos Ganchos (SC), Fasano Rio de Janeiro (RJ) e Fasano Angra dos Reis (RJ).

A defasagem de hotéis brasileiros

Em um país de proporções continentais como o Brasil, contar com apenas nove empreendimentos na coleção expõe certa deficiência na oferta de luxo. Sobre a falta de propriedades brasileiras no portfólio, Annibale acredita ser uma questão de valores.

“A LHW, com seus 95 anos de história, é um selo de qualidade. O hotel precisa querer, mas também precisa ser aceito. Os empreendimentos devem estar dispostos a pagar o valor da nossa anuidade, enquanto a Leading ajuda as propriedades na captação de clientes”, explica o diretor.

2023 de grandes expectativas

Após os bons resultados em 2022, a LHW inicia 2023 com o pé direito. De acordo com Annibale, o crescimento na casa dos dois dígitos já é uma certeza. “Já vendemos US$ 17,9 milhões apenas nos primeiros meses e o ano está apenas começando. Estamos a apenas R$ 10 milhões de atingir os resultados de 2022 inteiro. Nossas expectativas são as melhores”.

Levando em consideração apenas o primeiro bimestre de 2023, as vendas já superaram o mesmo período de 2022 em 65%. “É realmente impressionante. Os números são absurdos. Fechamos o ano passado em US$ 26,5 milhões e já superamos essa marca em 50%”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação