Na mais recente edição do InFOHB, o relatório mostra que a hotelaria brasileira cresceu em todos os indicadores em outubro frente ao mesmo período de 2022. Os dados do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) apontam que, no período, o incremento da ocupação foi de 5,3%. A diária média, por sua vez, avançou 18,7%, proporcionando alta mais considerável do RevPar, de 25%.

Mesmo com o crescimento registrado em outubro, vale analisar os indicadores no acumulado do ano. Nesse recorte, a alta na ocupação foi de 4,2%, enquanto na diária média e RevPar, os incrementos foram de 23,4% e 28,5%, respectivamente. Isso corrobora com a projeção do FOHB de altas menos expressivas no segundo semestre, devido à base comparativa mais forte.

No recorte regional, o Centro-Oeste aparece como principal destaque em outubro, crescendo 14,1% em ocupação, 36,1% em diária média e 55,3% em RevPar. Voltando a falar dos indicadores de forma individual, o Nordeste apresentou o segundo maior crescimento em ocupação (8%), seguido por Sul (7,3%), Norte (5,2%) e Sudeste (3,1%).

InFOHB - Infográfico

 

Na diária média, o segundo lugar fica com a região Norte, que cresceu 23,6%. Logo em seguida, estão Sudeste (19,9%), Nordeste (14,2%) e Sul (10,6%). No RevPar, por fim, o Norte detém a segunda maior alta (30%), seguido por Sudeste (23,6%), Nordeste (23,3%) e Sul (18,7%).

InFOHB: análise

Em entrevista ao Hotelier News, Pedro Cypriano, fundador e managing partner da Noctua Advisory, comentou sobre os resultados de outubro. “Quando falamos em desaceleração, é algo bastante natural. Não tinha como ser diferente em 2023, quando olhamos para o segundo semestre em comparação com o primeiro, por conta da base comparativa, que agora é bem mais alta”, explica.

“Na prática, se trata de começarmos a comparar o desempenho dos hotéis com uma base forte e não com o desempenho ainda afetado pela pandemia. Apesar da variação menos evidente, podemos observar que o volume de ocupação nos principais mercados, por exemplo, voltou a patamares similares aos picos históricos. Ou seja, está em linha com o desejado pela indústria”, completa.

O executivo diz que, quando olhamos para um horizonte mais longo, de incremento mais contido da ocupação, mas ainda alinhado com as expectativas, o gatilho de crescimento das tarifas passa a ser o mais óbvio. “Apesar de estarmos em um ambiente de economia modesta, ainda temos a atividade de eventos sendo uma forte propulsora dos indicadores, principalmente nas grandes cidades”, analisa Cypriano.

“Nos próximos dois ou três anos, a evolução do setor será muito em linha com a economia. Se a economia cresce, se o PIB (Produto Interno Bruto) acelera, as pessoas viajam mais, e isso reflete diretamente na hotelaria”, acrescenta.

Principais municípios

Na ocupação, dos 15 municípios analisados, apenas três apresentaram variações negativas em outubro: São Paulo (-0,8%), Goiânia (-8,9%) e Florianópolis (-3,2%). Os demais apontam variações positivas entre 2,5% em Curitiba e 26,5% em Brasília. Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Porto Alegre apresentaram percentuais acima de 10%.

Na diária média, todos os municípios tiveram resultados positivos no período, aponta o InFOHB. As variações vão de 3,1% em Florianópolis a 42,3% em Brasília. São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Salvador, Goiânia, Manaus e Belém também apresentam percentuais acima de 20%.

“Curitiba continua crescendo dois dígitos nos últimos meses em diária média, mesmo ao longo do segundo semestre. E não há nada de extraordinário acontecendo. É que nesse mercado, especificamente, a base de comparação ainda é modesta. Se analisarmos o contexto nacional, o Brasil ainda está entre 12% a 20% abaixo do que performávamos em 2013 em relação às tarifas. Ou seja, ainda há espaço para evoluções tarifárias mais expressivas”, endossa Cypriano.

Já no RevPar, os dados do InFOHB apontam que apenas Florianópolis apresentou percentual negativo em outubro (-0,3%). Os demais municípios apontaram variações positivas entre 12,3% em Goiânia e 80% em Brasília. Outras cidades com percentuais acima de 30% foram Rio de Janeiro (31,4%), Belo Horizonte (30,8%), Vitória (36,3%), Salvador (38,7%), Recife (32%), Porto Alegre (35,9%) e Belém (37,6%). O relatório pode ser consultado na íntegra no link.

(*) Crédito da capa: martenbjork/Unsplash

(**) Crédito do infográfico: Divulgação/FOHB