Companhias aéreas há muito se destacam no upselling de produtos e serviços aos clientes. Agora, e os hotéis? Com a capacidade de ser um local melhor para essa finalidade, a hotelaria tem a missão de usar cada metro quadrado para gerar receitas adicionais. E, com certeza, uma oportunidade está aberta para o setor juntamente com o varejo, resta saber aproveitá-lo. Entenda melhor ao longo da reportagem.

Desde sempre, marcas divulgam seus produtos em programas na TV e no cinema, ganhando há pouco mais de uma década as redes sociais como alternativa. Ainda que seja uma das principais formas de alcançar o público-alvo, esse modelo não oferece a possibilidade de testar as mercadorias, algo que a hotelaria pode garantir.

Muitos viajantes cobiçam itens que encontram em suas hospedagens, sejam eles decorativos, souvenirs ou até mesmo funcionais. Algumas empresas hoteleiras oferecem maneiras de comprar alguns de seus produtos. Um exemplo é a The Westin Store, da Marriott International, que negocia até mesmo colchões usados nas propriedades. No Brasil, o Rosewood São Paulo tem itens expostos nos apartamentos que estão à venda, caso de livros de arte e violões.

No exterior, algumas startups perceberam essa oportunidade e estão trabalhando para facilitar a venda de produtos de varejo nos hotéis. A ideia é justamente simplificar o acesso de diferentes marcas a esse novo canal de venda presencial que hotéis (e até mesmo short-term rentals) podem se tornar. O cliente, como se sabe, frequenta esses espaços.

Varejo - hotel como showroom

Arara com itens de marcas à venda no quarto?

Escanear para comprar

Uma das principais abordagens é a digitalização desse mercado. Apesar de existirem há tempos, QR Codes nunca foram tão utilizados como hoje. A pandemia treinou os consumidores a utilizá-los para obter mais informações sobre produtos, serviços, catálogos e cardápios em restaurantes.

Com isso, muitos fornecedores estão gerando códigos para operadores hoteleiros colocarem nos itens de varejo. A melhor parte é que as startups gerenciam todo o e-commerce para o empreendimento, descrevendo e reservando produtos, lidando com pagamentos e até o atendimento ao cliente.

Em parceria com a Minoan, o hotel de luxo William Vale, no Brooklyn, em Nova York, passou a vender de tudo online. Desde cópias da máquina de café expresso nos quartos até livros de arte expostos no saguão. A startup trabalha com mais de 150 marcas, tentando garantir descontos pelo volume de produtos. Dessa forma, a Minoan também auxilia proprietários a mobiliar suas propriedades de maneira econômica.

Opa, enxergou aí outra oportunidade, hoteleiro? Sim, mais do que vender itens do hotel e gerar receitas adicionais, a parceria com marcas do varejo permite às propriedades gastar muito menos no projeto de design dos quartos e das áreas comuns. Mais ainda, garante também uma monetização extra. E aí, quando você começa?

(*) Crédito da capa: visualsolfdana/Unsplash

(**) Crédito da foto: Tutu Words/Unsplash