Para a RMC (Região Metropolitana de Campinas), 2023 marcou um período de consolidação na retomada dos eventos. No último ano foram realizados 227 eventos de grande porte — com mais de 500 participantes — abrangendo setores corporativos, shows e congressos.

Segundo o levantamento mensal realizado pelo CRC&VB (Campinas e Região Convention & Visitours Bureau), a taxa de ocupação hoteleira na região, que dispõe de mais de 15,7 mil quartos, fechou o ano passado com uma média de 57,75%, representando o melhor índice anual desde 2019.

Comparando com 2022, marcado pela retomada pós-impactos do isolamento social, os dados fornecidos pelos hotéis revelam que o último ano superou as expectativas. Em 2019, a taxa de ocupação foi de 50,51%.

Ao analisar segmentos específicos, a classe econômica alcançou uma taxa de ocupação de 57,83%, enquanto a midscale registrou 50,13%. Além disso, o acompanhamento apontou um ganho real de 5,16% na diária média ajustada entre 2019 e 2023.

No mês de dezembro, tradicionalmente marcado por uma redução nos eventos corporativos, a taxa média de ocupação da rede hoteleira na RMC foi de 53,98%. Apesar da diminuição em comparação a novembro, a diária média apresentou aumento, alcançando R$ 371,98, enquanto o RevPar ficou em R$ 197,45, comparado a R$ 225,62 do mês anterior.

Douglas Marcondes, diretor administrativo financeiro do CRC&VB, destaca que o ano de 2023 consolidou-se como o período de retomada dos eventos, negócios e turismo de negócios na região. “E setores, não somente a de hotelaria, como de deslocamentos, eventos sociais, culturas e esportivos, e a gastronomia, surfam com esse bom momento”, acrescenta.

Luiz Felipe Campos Almeida, presidente da entidade, expressa a expectativa de que os números para 2024 sejam, no mínimo, semelhantes aos do ano anterior. No entanto, ele ressalta a necessidade de “uma maior interlocução entre os poderes públicos e agentes econômicos privados para evitar a perda de eventos para outras regiões, pois a acirrada competição na retomada dos eventos pode representar um desafio”.

“A hotelaria regional vive um momento bom, mas precisamos lembrar que ainda é grande a ociosidade anual, em torno de 40%, o que é um número bastante alto para oferta que temos. Existe muita lacuna para ser explorada e só a chegada de novos eventos e maior interlocução de todos os agentes envolvidos farão com que essa ociosidade abaixe para menores níveis”, complementa Almeida.

Histórico

Em 2019, a taxa de ocupação situou-se em 50,51%, evidenciando uma demanda estável antes dos desafios impostos pela pandemia em 2020. O primeiro ano pandêmico, 2020, marcado por restrições e incertezas, registrou 20,98% no indicador.

Contudo, a região demonstrou resiliência ao enfrentar a crise, culminando em uma pequena recuperação em 2021, quando a taxa de ocupação aumentou para 30,77%. O ano de 2022, por sua vez, consolidou a retomada, alcançando uma taxa de 57,59%.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Campinas e Região Convention & Visitours Bureau