O cenário econômico atual na América Laina apresenta melhora, mas o futuro é incerto. É o que aponta o último relatório do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), divulgado ontem (23) pelo G1. Segundo a entidade, o ICE (Indicador de Clima Econômico) da região registrou aumento de 11,8 pontos entre o terceiro e o quarto trimestre do ano, com ressalvas e o Brasil na liderança.

Ainda que o índice tenha subido, o FGV Ibre indica que o ICE vem, desde o terceiro trimestre de 2021, se mantendo abaixo de 100 – limite entre zona favorável e desfavorável. Além disso, a evolução foi impulsionada pela melhora das percepções econômicas sobre o momento atual, visto que o ISA (Indicador da Situação Atual) avançou 22,7 pontos no período, chegando a 67,0 pontos. Já o IE (Indicador de Expectativas) apresentou estabilidade ao variar apenas 0,6 pontos, parando em 66,1.

No Brasil, as perspectivas são superiores à média dos demais países da região, com ICE avançando 30 pontos no período, e aumento de 49,4 e 10,2 pontos no ISA e no IE, respectivamente. Apesar do crescimento, os três indicadores seguem na zona desfavorável.

“A alta menos expressiva observada do IE em relação ao ISA, além de sua retração em alguns países, indica que o cenário para os próximos seis meses tende a desacelerar na região”, afirmou o FGV Ibre em nota oficial.

Entraves e incertezas

De acordo com o FGV Ibre, as projeções moderadas sobre o PIB (Produto Interno Bruto) de 2023 estão alinhadas com a cautela dos especialistas em relação aos próximos meses. Além das questões macroeconômicas que afligem as perspectivas futuras e a recente queda na confiança dos serviços, existem muitos outros entraves no Brasil e região que exigem do hoteleiro uma posição de otimismo cauteloso.

No Brasil, os cinco maiores entraves apresentados foram a falta de inovação, infraestrutura inadequada, falta de competitividade internacional, aumento na desigualdade de renda e falta de mão de obra qualificada. Esses se encontram acima de 90 pontos, que indicam grande relevância para a atividade econômica. A falta de confiança na política econômica e a instabilidade política também foram citadas por 46,2% dos especialistas que participaram da sondagem, embora esse percentual seja comum em todos os países da região.

Quanto ao resto da região, outras questões de impacto foram indicadas, como corrupção, clima desfavorável para investidores estrangeiros, barreiras legais e administrativas para investidores, dificuldade no fornecimento de insumos e falta de capital. Dos 17 entraves listados, 12 apresentaram pontuação acima de 50 pontos, que indica relevância para a atividade dos países analisados.

(*) Crédito da foto: Reprodução/TV Globo