Em uma de suas primeiras coletivas de imprensa com o trade turístico sob nova gestão, a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) apresentou os novos membros do conselho e adiantou os planos para a promoção do Brasil no mercado internacional. A entidade busca fortalecer a marca Brasil, além de desenvolver o setor por meio de parcerias públicas e privadas.

O encontro foi realizado hoje (9), na sede do São Paulo CVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau), na capital paulista. Marcelo Freixo, presidente da Embratur, apresentou parte de sua equipe e revelou alguns pontos importantes para sua estratégia de gestão.

A coletiva começou com a palavra de Toni Sando, presidente do São Paulo CVB, que apresentou frentes de atuação do turismo paulista. “O Brasil vai fazer uma reconstrução de marca. A Embratur é como um CVB com crachá federal e estamos nos organizando como Unedestinos para participar das estratégias. Queremos despertar o interesse pela cidade de São Paulo”, inicia o executivo.

Entre os planos de ação da Embratur, Sando destacou alguns pontos:

  • Retorno da marca Brasil
  • Atualização do Plano Aquarela
  • Implantação de um sistema de informação estratégico
  • Realização de feiras com resultados
  • Ações internacionais em destinos
  • Ações integradas
  • Posicionamento do Brasil em rankings internacionais

Há 22 dias à frente da entidade, Freixo destaca algumas mudanças em sua gestão. “A Embratur passa a ser uma sociedade autônoma, de direito privado e finalidade pública, ganhando agilidade e formato de agência para dialogar com o mercado. Por outro lado, perdemos fontes de financiamento. Nada fica no lugar sem fontes de financiamento seguras e não se faz promoção sem recursos”, salienta.

O presidente da entidade pretende firmar alianças e parcerias no Congresso Nacional para conseguir a captação de recursos, uma vez que o investimento na agência gera retorno para todos os elos da cadeia produtiva do turismo. “A hotelaria, o aéreo, o comércio, as empresas, todos saem ganhando”, pontua.

embratur - jaqueline gil

Jaqueline Gil destaca nova estrutura da entidade

Mudanças internas

Freixo ainda destaca a necessidade de trazer inteligência de dados para dentro da entidade, visando a definição de planejamento e políticas públicas assertivas. “Não é algo que se faz de maneira intuitiva. Precisamos ter qualidade de informações para segmentar ações e entender quem vamos buscar e onde”.

O presidente conta que esteve em reunião com as principais companhias aéreas atuantes no país para debater questões de custos e oferta — hoje um dos maiores empecilhos do segmento. “Queremos manter uma parceria permanente com o setor, discutindo rotas e avaliando onde podemos avançar. Os problemas estruturais e de custos serão resolvidos com o governo”.

Em sua estrutura, a Embratur enxugou suas gerências. Apenas no departamento de programas técnicos, o número caiu de 18 para sete. “Redesenhamos nosso planejamento, pois encontramos uma diretoria inchada”, explica Jaqueline Gil, diretora de Marketing, Inteligência e Comunicação.

Além de Jaqueline, outros nomes foram confirmados na gestão de Freixo. Monica Samia, atual diretora da Braztoa, passa a responder como gerente de Relações de Mercado da Embratur, com foco no mercado b2b. Já Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, responderá como gerente de Pesquisa e Inteligência de Dados.

Bruno Reis, que possui experiência à frente da Emprotur, ocupa a cadeira de gerente de Mercados, Feiras e Eventos Internacionais. Flávia Matos assume a gerência de Branding, Publicidade, Relações Públicas e Marketing Digital.

Roberto Gevaerd fica responsável pela diretoria de Gestão Corporativa e Ícaro Souza pela coordenadoria de Marketing Digital. Uma das grandes novidades é a criação da gerência de Sustentabilidade e Ações Climáticas — liderada por Saulo Rodrigues Filho.

“Esta é a primeira vez que temos uma gerência de sustentabilidade. Não é possível fazer promoção sem incorporar essa temática com o que temos no Brasil. Podemos passar uma mensagem muito positiva”, acrescenta Freixo.

Gevaerd ressalta que a nova gestão precisa ser orientada por uma governança ágil, sustentável e focada em resultados. “Reduzimos nossa estrutura de 30 gerências para 20 neste primeiro momento e pretendemos enxugar ainda mais. Mas isso só vai acontecer quando firmarmos parcerias com o poder público e privado. Este é nosso objetivo”, diz o diretor.

“Só chegamos a este convite graças ao trabalho de todos que estão aqui, que compartilham dados e análises. Vamos fornecer informações relevantes, pois não são apenas os seis milhões de turistas estrangeiros no Brasil que precisam ser revistos. Temos que trazer dados corretos, mesmo que sejam menores e mais decepcionantes. São eles que nos ajudam a ser mais pragmáticos e atrair o público de forma correta”, complementa Mariana.

(*) Crédito das fotos: Nayara Matteis/Hotelier News