O buraco da 123 Milhas se mostra cada vez mais fundo. O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Pirâmides Financeiras, Aureo Ribeiro, suspeita de fraude no pedido de recuperação judicial da empresa. Para agravar o quadro, as propagandas de compra de passagens aéreas seguem de pé em diversos aeroportos nacionais, o que pode induzir consumidores à aquisição sem garantia de recebimento dos tíquetes. 

Ramiro Júlio Soares Madureira compareceu à CPI das Pirâmides Financeiras e prestou depoimento acerca do modelo de negócios da empresa. “Acreditávamos que o custo do Promo diminuiria com o tempo na medida que ganhávamos eficiência na tecnologia de sua operação e que o mercado de aviação fosse se recuperando dos efeitos da pandemia. Uma tendência que projetamos na época e se revelou o oposto”, afirmou o sócio da OTA. 

Uma matéria do Metrópoles aponta a suspeita de fraude no pedido de recuperação judicial da empresa. “Nos documentos da recuperação judicial, a 123 Milhas vinha com um fluxo de caixa muito diferente do que informou à CPI. Podemos comprovar uma fraude. Eles dizem que são intermediadores de milhas, mas sabemos que não são, são compradores. Ao mesmo tempo, colocam as milhas como ativo da empresa”, explicou Ribeiro.

Campanha publicitária a todo vapor

A informação da campanha publicitária nos aeroportos foi enviada à Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) do Ministério da Justiça por consumidores. A pasta deve tomar providências nesta semana para evitar que desavisados consumam os serviços da empresa, conforme aponta a Folha

Em Recife (PE) e Congonhas (SP), por exemplo, a propaganda está nos fingers que conduzem até os aviões, além de estarem presentes, também, em carrinhos de bagagem. 

No site da empresa, há um anúncio que diz “Tem milhas sobrando? Transforme suas milhas em dinheiro” e redireciona o internauta ao site da HotMilhas, mesmo que este também passe por período delicado nos negócios. 

(*) Crédito da capa: Freepik