Com expectativa de atrair mais de 1,2 milhão de torcedores de futebol, a Copa do Mundo da FIFA Catar 2022 representa um grande desafio para o setor hoteleiro do país, informa o Skift. Com apenas 31 mil quartos de hotéis, segundo dados da STR, o país do Oriente Médio teve de inovar para conseguir receber tantos turistas em um curto período de tempo. E as redes que mais devem lucrar no Oriente Médio são Accor e Hyatt.

Fora os hotéis que estão previstos para abrir ainda este mês e a tempo do evento, que começa no dia 20, já são mais de 90 mil acomodações reservadas, desde hotéis tradicionais, tendas, apartamentos e portacabins temporários durante os dias de pico. Até mesmo cruzeiros estão fazendo parte do mega evento esportivo, com navios da MSC servindo como opção para os visitantes do país.

Além disso, o país também criou uma plataforma de reservas dedicada à Copa do Mundo, em vez de fechar parceria com OTAs. Segundo Richard Clarke, analista sênior de Catering global, Hotéis globais e Lazer da Bernstein Research, as agências online vão  se beneficiar bem menos por conta desta inovação. Mas e quanto às redes hoteleiras?

Accor e Hyatt: acordo e presença

Além da inovação em relação a distribuição das reservas hoteleiras, o Catar também apresentou algumas novidades para a oferta de alojamentos. “Uma delas é a solução sustentável de usar propriedades residenciais existentes em vez de construir novos hotéis, empregando a Accor como gerente dessas unidades para fornecer serviços de limpeza e recepção”, conta Clarke.

Embora tenha o menor número de quartos no portfólio em relação às demais grandes redes, a Hyatt se beneficia do evento por ter o maior percentual de acomodações no Catar. Além disso, as diárias médias da rede são as mais altas, com uma noite do Grand Hyatt Doha passando dos US$ 4,5 mil, em comparação com os habituais US$ 191.

“A vantagem da Copa do Mundo para os grupos hoteleiros é provavelmente de 1% a 2% no quarto trimestre, devido aos altos preços (1000% de aumento) de seus quartos durante o evento”, explica Clarke. “Desses, a Hyatt tem a maior porcentagem de suas propriedades no Catar, porém a Accor deve se beneficiar mais devido ao seu acordo exclusivo”, conclui.

Fora isso, é de se esperar que hotéis na capital cobrem taxas de entrada para quem visita seus bares e lounges para assistir à Copa do Mundo. Com isso, a expectativa é de que as receitas sejam ainda maiores – assim como é esperado de acontecer nos hotéis brasileiros que prepararam experiências para os dias de jogos.

(*) Crédito da foto: Luca Belliboni/Unsplash