Segundo levantamento divulgado hoje (14) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o Carnaval deste ano deve movimentar cerca de R$ 6,45 bilhões no setor de serviços. Apesar de o volume de receitas ser 21,5% superior ao registrado no ano passado, quando a festividade também foi cancelada, o montante permanece 33,7% abaixo do observado em 2020, antes do estouro da pandemia.

Para 2022, 11 das 26 capitais brasileiras afirmaram que irão manter o calendário. O cenário difere do observado em 2021, quando 20 governos estaduais optaram pelo cancelamento do feriado (e de seus pontos facultativos). José Roberto Tadros, presidente da CNC, ressalta que apesar de o carnaval não ser feriado nacional, ainda é o principal evento na agenda do Turismo brasileiro.

“Independentemente das festas que, em sua maioria, foram adiadas ou canceladas neste ano, a decretação do feriado ou ponto facultativo, em níveis regionais, acaba movimentando o setor de forma significativa”, pontua.

Ainda segundo a entidade, e expectativa para o período é de que, mesmo com restrições, o segmento de alimentação fora do domicílio, representando por bares e restaurantes, movimente R$ 2,78 bilhões. O segmento é seguido de perto pelo de passageiros rodoviários (1,55 bilhão) e pelos serviços de hospedagem em hotéis e pousadas.

Juntos, os três responderão por mais de 84% de todo o volume financeiro produzido na data.

Recuperação gradual

De acordo com Fábio Bentes, economista responsável pela pesquisa, a desaceleração da pandemia e a queda do isolamento social ao longo de 2021 proporcionaram a retomada gradual da atividade econômica no turismo. Além disso, ele comenta que, após a segunda onda da Covid-19, o volume de receitas no setor chegou a acumular alta de 57,5%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Entretanto, os impactos adversos decorrentes da deterioração das condições econômicas e, principalmente, da chegada da variante Ômicron, passaram a limitar o ritmo de recuperação do segmento no fim do ano passado”, analisa.

Já Alexandre Sampaio, presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), destaca que a tendência é de que os preços tenham variação inferior à prévia da inflação oficial, devido ao panorama incomum.

“No Carnaval de 2021, o preço médio da hospedagem recuou 8,9% em relação ao de 2020. Já em 2022, apesar da recuperação parcial do turismo, deve haver alta de 5,9%. Ou seja, os meios de hospedagem seguem mais baratos que no Carnaval de 2020. Isso mostra que o setor tem se esforçado para manter os preços mais baixos, apesar da inflação, para atrair o turista”, finaliza.

Geração de emprego

Os dados da CNC também apontam que a demanda por serviços turísticos ao fim da alta temporada deve gerar 16,5 mil empregos temporários entre janeiro e fevereiro deste ano, quase o dobro do ano passado. O número, por outro lado, ainda permanece 38% abaixo do registrado no último carnaval antes da crise sanitária, quando foram oferecidas 26,3 mil vagas.

(*) Crédito da foto: Rafael Moraes/VEJA.com