No ano passado, Andrew Carnie, CEO do Soho House, descobriu um movimento curioso nas três unidades de Nova York: em agosto, membros abastados mudaram para a Europa, em parte devido à introdução do anywhere office pelas empresas. Nesse ano, o êxodo foi ainda maior. Felizmente, para ele, desde novembro de 2022, os nova-iorquinos estão buscando locais mais próximos de casa, o que reforça os planos do executivo para as Américas.

“Vamos crescer em Nova York e Los Angeles. Há muito mais oportunidades para nós. Vemos uma grande oportunidade de crescimento na América do Norte”, diz Carnie em entrevista à Bloomberg News. “Há muitas cidades prósperas na América agora, especialmente pós-covid, para onde muitas pessoas mudaram, e que são perfeitamente adequadas para um Soho House”, completa.

Vale lembrar que, neste ano, o clube também chega à América Latina, primeiramente à Cidade do México e, em dezembro, em São Paulo, no complexo cidade Matarazzo. Assim, o CEO planeja abrir mais seis unidades nas Américas nos próximos dois anos, aumentando consideravelmente o portfólio.

Outros planos

Carnie também está tração planos para uma unidade inspirada em uma casa de campo em Rhinebeck, no norte do estado de Nova York. A Grasmere House, como será conhecida, deverá ter um lago e uma atração de Natal inspirada no país das maravilhas do inverno.

Depois de um período turbulento que se seguiu ao IPO, o Soho House reduziu seus custos e, no segundo trimestre, os lucros aumentaram bem como as projeções anuais, à medida que o número de membros continuou a crescer. As ações, que haviam caído pela metade no primeiro ano após o IPO, subiram mais de 50% desde o início deste ano.

Carnie destacou que a empresa surgiu em um momento único para o mercado. “Se formos honestos em relação à tecnologia, ficamos um pouco envolvidos nela”, endossa. O Soho House começou em um único local acima de um restaurante do Soho, o Cafe Boheme. Nos anos seguintes, foram abertas casas em destinos como Londres e Mumbai, além de Nova York. Hoje, o grupo possui 41 casas em todo o mundo, tornando-se popular por ser um clube de associados para as classes criativas, ligadas à mídia, publicidade e música.

Hoje, o Soho House tem 176 mil membros e inclui a varejista de móveis Soho Home, o restaurante italiano Cecconi’s e a rede de hotéis The Line, que comprou em junho de 2021. Carnie diz que, para obter pistas sobre as novas Soho House que serão inauguradas nos EUA, “basta procurar um lugar onde haja uma comunidade criativa”. Sua lista de cidades sem casas sugere que existe interesse de membros em lugares como Phoenix, Houston e Memphis.

(*) Crédito da foto: José Sarmento Matos/Bloomberg