Em meio às constantes mudanças que o nosso mundo passa, em virtude da tecnologia, pandemia, economia e geopolítica, fica cada vez mais complicado de planejar para o futuro. Por este motivo, a Booking.com realizou uma pesquisa para avaliar os desejos e demandas dos consumidores e revelou que estão todos experimentando um cabo de guerra multidirecional, trabalhando para conciliar aquilo que mais importa.

De acordo com informações divulgadas pelo Hotel News Resource, em comparação com 2022, as pessoas estão muito mais otimistas para viajar em 2023, visto que 66% dos britânicos relatam que pegar a estrada sempre valerá a pena. Segundo a Booking.com, o clima está mudando de uma incerteza esperançosa para uma adaptabilidade ousada. O ano que vem será um ano de experimentações e reimaginação das viagens.

Previsões

A seguir, você confere as sete previsões da Booking.com sobre a reimaginação das viagens de 2023. Essas foram compiladas com base em uma extensa pesquisa com mais de 24 mil viajantes de 32 países e territórios, somada aos insights da própria plataforma de viagens.

Autossuficiência e sobrevivência

Com alto volume de desastres naturais, agitação política e a pandemia global, a expectativa da plataforma é que as pessoas percam a confiança nos confortos do mundo moderno. A ideia é que a população fuja das redes e dos centros urbanos para escapar da realidade (57%) e experimentar a vida com apenas as necessidades básicas (33%). Muitos dos entrevistados se interessam ainda por aprender habilidades de sobrevivência (54%), como acender fogueira do zero, obter água limpa, procurar alimentos na natureza e até sobreviver a um apocalipse.

Por este motivo, é de se esperar o aumento de acomodações ecológicas que ofereçam simplicidade e autossuficiência para os hóspedes, por exemplo, preparando a própria comida. Ainda assim, desconectar-se não quer necessariamente dizer piorar a qualidade da estada, já que muitos esperam quartos luxuosos para se manter “fora da rede” (50%), nem abrem mão de serviços de internet e celular (54%).

Viajantes virtuais

Outra grande novidade trazida pelos avanços tecnológicos é o metaverso, proporcionado pelos óculos de realidade virtual. Quase um terço dos viajantes britânicos (28%), relatam que utilizarão dessa tecnologia para escolher a próxima viagem . Por conta disso, os turistas tenderão a ser mais ousados nas escolhas dos destinos após experimentá-los virtualmente (32%).

Apesar de suas vantagens, o metaverso ainda não é visto como um substituto às viagens reais, visto que 73% dos viajantes do Reino Unido acreditam que uma experiência virtual não é satisfatória o suficiente para retirar as viagens da lista de desejos.

Saindo da zona de conforto

Por conta da demanda reprimida, a Booking acredita que muitos viajantes desejam mergulhar de cabeça em novas culturas e experiências. Cerca de 40% dos viajantes do Reino Unido querem experimentar um choque cultural completo em 2023 – seja viajando para algum lugar com experiências culturais e idiomas completamente diferentes (47%) ou explorando cidades menos conhecidas com joias escondidas que ainda não estão no radar (24%). Muitos desses, inclusive, deixam a cautela de lado, preferindo comprar apenas passagens de ida em 2023 (24%).

Glamourizando bons e velhos tempos

O desejo de escapismo também resulta na maior procura por destinos e atrativos nostálgicos (84%) e que remetem a épocas antes da era digital, incluindo para Millenials e Geração Z que nunca viveram isso (20%). Vale dizer que os viajantes também estão buscando cada vez mais a adrenalina dos parques temáticos (50%) e aproveitando a imaginação com atividades como escape rooms (salas de fuga), gincanas e construção de fortalezas com blocos de construção gigantes.

Os viajantes da geração do milênio serão os primeiros a reservar acomodações temáticas de eras emergentes que os transportam de volta a um tempo que eles guardam em seus corações, e provavelmente o farão com a família ao seu lado (54%), com viagens multigeracionais de ‘reunião de família’ no topo da agenda de viagens em 2023.

Bem-estar

Com o bem-estar em foco, muitos valorizam a renovação da mente, meditação e técnicas de mindfulness (41%), enquanto (29%) pretendem encontrar a paz em um retiro silencioso. Além disso, um terço (33%) deseja fazer um hiato de saúde que se concentra na saúde mental, na saúde transformadora ou que ajuda em marcos da vida, como menopausa ou gravidez. Fora isso, muitos também buscam ofertas de terapias alternativas à base de plantas (31%).

O aumento das conversas na esfera pública sobre bem-estar sexual, prazer e orientação está incentivando mais pessoas a tirar um tempo para uma fuga erótica (28%). Prevê-se que retiros poliamorosos, campos de bondage e resorts dedicados a ajudar as pessoas a mergulhar discretamente em fetiches específicos se tornarão mais populares em 2023, proporcionando um espaço seguro para os viajantes explorarem seus desejos sexuais fora de casa.

Longe do trabalho

Com o modelo de trabalho remoto, muitos aproveitaram a possibilidade de viajar e ter momentos de lazer durante as semanas normais de trabalho. No entanto, isso acabou gerando um sentimento reverso, em que as pessoas buscam muito mais férias totalmente desconectadas do trabalho rotineiro (68%). Ainda assim, muitos não vêem problema de ir em viagens da empresa (50%).

De acordo com a Booking, isso quer dizer que o segmento corporativo também pode dar uma guinada, visto que muitos funcionários estão ansiosos para que seus empregadores planejem viagens que conectem a equipe, em destinos que fortaleçam relacionamentos e a recreação corporativa, em vez de trabalho. Além disso, muitos (40%) gostariam de ver seu empregador usar o dinheiro economizado com a mudança para modelos de trabalho remotos/híbridos com gastos em viagens corporativas ou retiros.

Economizando

A Booking aponta ainda que muitos coloquem as viagens no topo das prioridades de 2023 (44%), o cenário macroeconômico continua influenciando os viajantes a serem conscientes com o orçamento (62%). Por conta disso, 2023 será um ano em que boa parte das pessoas aproveitará ofertas, dicas e planejamentos inteligentes de viagens (60%) e priorizar o custo-benefício com descontos e programas de fidelidade (56%).

Quase metade dos viajantes do Reino Unido (49%) procurará economizar dinheiro considerando destinos fora de temporada ou rotas mais longas em suas viagens, enquanto gastos menores. Além disso, 46% acredita que o melhor uso do seu orçamento é optar por uma ou duas férias mais longas em vez de várias pausas curtas.

Em contrapartida, 38% dos britânicos admitem que planejam ser mais indulgentes em seus hábitos de consumo durante as férias para compensar a falta de viagens durante os últimos dois anos, enquanto 35% planejam gastar muito para garantir que todas as experiências valham a pena.

(*) Crédito da foto: engin akyurt/Unsplash