Ninguém faz uma ação de vendas como a Black Friday projetando vender menos do que no ano anterior. No varejo, no turismo, no mercado de seguros… em qualquer lugar. Agora, a Amarante realmente se esmera neste quesito. Depois de faturar incríveis R$ 82 milhões no ano passado, a operadora pernambucana chegou à marca de R$ 140 milhões na sexta-feira passada (24), alta de 70% frente a 2022, com mais de 90 mil diárias comercializadas no período.

Mais impressionante ainda foi o fato da Amarante ter vendido R$ 100 milhões em apenas duas horas de campanha. E, claro, não se pode deixar de citar duas informações importantes. Primeiro, todo esse volume expressivo de faturamento acontece por meio de canais diretos da empresa, sendo a esmagadora maioria pelos sites dos empreendimentos do grupo pernambucano: Salinas Maragogi, Salinas Maceió e Japaratinga Lounge Resort. Segundo, só membros do programa de fidelidade poderiam comprar.

“O resultado chama atenção, mas, na verdade, o que mais nos surpreendeu foi o tamanho da demanda e a velocidade da comercialização”, comenta Pedro Carvalho, diretor de Marketing da Amarante, em entrevista exclusiva ao Hotelier News. “Sempre fazemos um monitoramento prévio da campanha e nada nos indicava um volume tão expressivo. Indicadores como sessões no site, taxa de abertura e de cliques nos e-mails marketing, assim como a interação em nossos canais nas redes sociais, estavam parecidos com o ano passado”, completa.

Para os hoteleiros interessados em saber como a Amarante construiu essa máquina de vendas diretas na Black Friday, vale a pena assistir a participação de Igor Castelo no podcast Hotel Trends, comandado pela dupla Vinicius Medeiros e Pedro Cypriano. No episódio, que pode ser visto aqui, o diretor de Revenue e Vendas da Amarante conta como a combinação entre a qualidade do produto e a maturidade digital da empresa são fundamentais para esses resultados.

Problema bom

Em sua décima campanha de Black Friday, a Amarante ofertou aos consumidores quartos para os períodos de abril a dezembro de 2024, com exceção de feriados nacionais e o mês de julho. Segundo Carvalho, o volume de vendas foi tão surpreendentemente grande que acabou gerando uma “problema reputacional” para a Amarante, já que mais de 70% do inventário foi negociado em duas horas de campanha. “Infelizmente, muitos clientes não conseguiram encontrar a disponibilidade de datas que gostariam”, comenta. Pensando comercialmente, trata- se de um problema bom, não é verdade?

Amarante - Black Friday 2023 - Pedro Carvalho

Carvalho: velocidade da venda surpreendeu

O Japaratinga Lounge Resort foi o empreendimento com maior volume de vendas este ano, somando faturamento de R$ 61 milhões. Na sequência vieram o Salinas Maragogi (R$ 58 milhões) e o Salinas Maceió (R$ 21 milhões).

“A Black Friday representa uma parte importante da nossa receita anual e, mais importante ainda, ajuda-nos a ocupar o nosso inventário novo a cada ano”, explica Carvalho, lembrando que o grupo pernambucano inaugurou este ano uma expansão do Japaratinga Lounge Resort, acrescentando mais 310 apartamentos ao seu inventário.

“Os novos apartamentos venderam muito rápido, o que também nos chamou atenção. Em breve, iremos inaugurar mais uma categoria mais voltada para casais, com banheira nos quartos e mais cara”, comenta Carvalho, que acrescentou. “Normalmente, os quartos mais caros são comercializados mais para o final da campanha, mas isso não aconteceu este ano no caso do Japaratinga.”

Em relação à estratégia de preço, o executivo do grupo Amarante disse que as tarifas cresceram, em média, 10% frente à campanha do ano passado. Importante ressaltar que a alta obtida acontece em um contexto de desaceleração no mercado de lazer e de maior limitação da hotelaria em crescer significativamente a diária média. “Garantimos os melhores preços para o consumidor na campanha. Agora, ao mesmo tempo, ele sabe que a Black Friday de um ano para o outro sempre tem um aumento previsível. Ele entende a mecânica”, finaliza.

(*) Crédito da fotos: Divulgação/Amarante