O comportamento dos viajantes está em constante mudança, o que ficou ainda mais claro após a pandemia. Só neste ano, as prioridades dos turistas mudaram consideravelmente ao longo dos meses. Buscando entender melhor esse fenômeno, a Amadeus realizou uma pesquisa para avaliar as principais demandas e fatores que podem moldar o futuro das viagens, ou pelo menos, do próximo ano.

No geral, a Amadeus 2023 Travel Trends identificou que, embora a tecnologia seja um grande impulsionador da mudança, especialmente com o uso de Web3 e biometria, as relações humanas são igualmente importantes. As cinco tendências verificadas pela empresa estão ligadas a preocupações pessoais e sociais, desde opções mais sustentáveis até a flexibilidade de poder trabalhar em qualquer lugar.

“O mundo costumava prever o impacto da tecnologia nas viagens de maneira totalmente física, visualizando modos de transporte cada vez maiores e mais rápidos”, comenta Daniel Batchelor, vice-presidente de Marketing Corporativo Global, Comunicações e Responsabilidade Social da Amadeus. “O futuro é agora e parece muito diferente. As pessoas querem reduzir seu impacto no planeta, colocando as relações humanas e a sociedade em primeiro lugar”, continua.

“Nesta excitante nova realidade, a tecnologia está nos permitindo atingir esses objetivos. O metaverso, a biometria e as expectativas dos viajantes da indústria de viagens estão se combinando para mudar o cenário rapidamente”, complementa o executivo. “É um momento incrivelmente emocionante para a indústria”, comemora.

As cinco tendências

Seguem abaixo as principais tendências verificadas pela pesquisa Amadeus 2023 Travel Trends, divulgadas nesta semana pela Lodging Magazine.

Metaviagem: muito se fala sobre um futuro no qual as pessoas poderão viajar no metaverso e desfrutar de experiências culturais em um mundo online. Outros apontam que essa tecnologia jamais poderia substituir a experiência verdadeira. Entretanto, o real potencial da realidade virtual para o setor é a possibilidade de oferecer assistência pré-viagem e a oportunidade de “experimentar antes de comprar”, principalmente produtos com preços elevados, como férias em cruzeiros.

Pagamentos fáceis: os pagamentos biométricos, como ApplePay e GooglePay, já são comuns nos setores de varejo e viagens, mas podem ficar ainda mais interessantes. Como os aeroportos já usam biometria para identificação de documentos, é provável que essa tecnologia venha a integrar muito mais tipos de pagamentos que os viajantes venham a realizar durante suas jornadas. Além de ser contactless, é uma forma de pagamento conveniente e fácil.

Viagem leve: os custos e a pegada de carbono vêm diminuindo as malas dos viajantes. Com isso em mente, hotéis e resorts passaram a oferecer aluguel de itens volumosos, como equipamentos esportivos e roupas de ginástica, em muitos casos, provenientes de fornecedores locais. Fora isso, os viajantes também estão comprando produtos no destino, e, consequentemente, apoiando e se envolvendo com a comunidade local.

Nomadismo digital: conceito já bastante difundido no setor, os nômades digitais são trabalhadores remotos que não precisam se estabelecer em um único lugar e, portanto, podem viajar a lazer mesmo em dias úteis. Por conta disso, o governo de muitos países vem aumentando esforços para atrair esse público por meio de esquemas e incentivos de vistos.

Renascimento do corporativo: em virtude do item anterior e das políticas de trabalho em qualquer lugar, introduzidas pelas empresas durante a pandemia, a união e colaboração de equipe se tornaram mais desafiadoras. Como consequência, o setor de viagens tem testemunhado aumento nos planos de viagens internas, nas quais as equipes são reunidas com o objetivo de fortalecer os relacionamentos.

(*) Crédito da foto: Mesut Kaya/Unsplash