No primeiro trimestre de 2023, o Airbnb acumulou faturamento de US$ 1,8 bilhão, alta de 20% na comparação anual. Seguindo o caminho para um ano de bons resultados, a plataforma de hospedagens teve receita de US$ 2,5 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 18% frente ao mesmo período em 2022.

O lucro líquido foi de US$ 650 milhões, o que representa um de 72% frente ao segundo trimestre do ano anterior, com margem de 26%, configurando o segundo trimestre mais alto de todos os tempos.

O EBITDA ajustado foi de US$ 819 milhões, um aumento de 15% em comparação com o segundo trimestre de 2022, com margem ajustada de 33% em comparação com 34% no mesmo período do ano anterior.

O número de noites e experiências reservadas no Airbnb no segundo trimestre deste ano aumentou 11% ano a ano, para mais de 115 milhões. A empresa também viu o total de reservas ativas subir em todas as regiões, registrando mais reservas pela primeira vez em comparação com o segundo trimestre de 2022, segundo divulgado pelo Phocuswire.

Os gastos com marketing no trimestre foram de US$ 486 milhões, acima dos US$ 379 milhões no segundo trimestre de 2022. A plataforma disse que está obtendo resultados positivos do marketing da marca em todos os principais mercados e está fazendo melhorias contínuas de divulgação de desempenho, o que está gerando altos ROIs.

“É uma abordagem de funil completa”, disse Brian Chesky, CEO do Airbnb. “É apenas uma prova de que quando você investe, quando sua marca é um substantivo e um verbo, e você tem algo único, a empresa obtém esses benefícios”, acrescentou.

Airbnb - Brian Chesky

Brasil dobrou de tamanho, disse o CEO

Crescimento de oferta

O Airbnb adicionou uma variedade de recursos e serviços para trazer mais oferta para sua plataforma – como combinar hosts em potencial com superhosts existentes, criar seguro de anfitriões, entre outras iniciativas.

E parece que os esforços estão funcionando, já que os resultados financeiros da empresa no segundo trimestre deste ano mostram que a oferta cresceu 19% em comparação com o mesmo período de 2022, dando à plataforma um total de 7 milhões de listagens ativas em 30 de junho.

Cerca de 90% de seus anfitriões são o que o Airbnb descreve como “indivíduos”, enquanto o restante é “profissional” e, de abril a junho deste ano, o crescimento do estoque foi mais evidente na Ásia-Pacífico e na América Latina.

A expansão internacional foi um dos muitos exemplos de prioridades futuras que Chesky discutiu em uma ligação com analistas para revisar os resultados trimestrais. “O Airbnb é sub-penetrado na maioria dos países ao redor do mundo”, pontuou o executivo.

“Desde o início da pandemia, o Brasil mais que dobrou de tamanho e a Alemanha é 60% maior. Então, vamos pegar esse manual e levá-lo para a Ásia. Estamos começando com o Japão e a Coréia. É uma grande oportunidade de crescimento”, avaliou o CEO.

Chesky disse que a empresa está considerando uma variedade de novas oportunidades de receita, como publicidade na plataforma, serviços semelhantes aos de hotéis para hóspedes e um “mercado de co-anfitrião”, que combina pessoas que não têm um imóvel para listar no Airbnb com propriedades de hosts que não têm tempo para hospedar viajantes.

O Airbnb também está considerando mais recursos para oferecer suporte a estadas de um mês ou mais, que representaram 18% das noites reservadas no segundo trimestre, acima dos 13% pré-pandemia.

“E acho que na próxima década será muito superior a 18%”, disse Chesky. “Você tem centenas de milhões de pessoas que têm alguma flexibilidade incremental que não existia há 10 ou 20 anos atrás. A longo prazo, estamos muito otimistas [sobre isso]”, complementou.

Tecnologia

Chesky também falou sobre o trabalho do Airbnb com IA generativa – o que ele descreveu como uma “mudança de plataforma única em uma geração, maior que o celular e semelhante à internet”. O CEO disse que, para a empresa, a tecnologia criará eficiência no curto prazo – como automatizar e melhorar as funções de atendimento ao cliente – e crescimento no longo prazo, na forma de uma “interface totalmente nova” com personalização que tornará o aplicativo um “concierge de IA”.

Depois de ouvir preocupações sobre acessibilidade, o Airbnb adicionou novas ferramentas de preços para os anfitriões para facilitar a oferta de descontos e promoções e auxiliar a visualização de anúncios semelhantes, o que, segundo Chesky, estimulou alguns a reduzir suas tarifas.

Em abril, a empresa também renovou seu foco em quartos individuais , que Chesky disse ter preços médios de US$ 67 por noite, “significativamente mais baixos do que a média dos quartos de hotel”.

“A indústria hoteleira tem cerca de 10 vezes o tamanho do Airbnb. E acho que quase todo mundo que fica em um hotel pode ficar em um Airbnb”, pontuou o executivo.

“Nossos preços são essencialmente estáveis ​​ano após ano. E se você comparar com os hotéis, dependendo dos dados que você pega, oas tarifas sobem algo entre 4% ou até 10%. Acho que as pessoas vêm ao Airbnb pela perspectiva de  espaços únicos com grande valor, e se pudermos manter os valores muito acessíveis e também focar na confiabilidade, acho que haverá muita demanda por vir”, finalizou o CEO.

(*) Crédito da foto: Pixabay