STR - resultados outubro_Boston

Com sinais de desaceleração na atividade, a hotelaria americana teve resultados negativos em outubro. No mês, os hotéis locais apresentaram declínios nos três principais indicadores avaliados. Com isso, pela primeira vez desde 2009, o setor aponta duas quedas mensais consecutivas no RevPar. Boston e Nova Orleans, por exemplo, registraram decréscimo em dois dígitos, informa a STR.

No geral, na comparação anual, a hotelaria americana apresentou variação negativa de 0,8% na ocupação, para 69,3%. Diária média e RevPar, por sua vez, caíram 0,5% (para US$ 133,34) e 1,2% (para US$ 92,35), respectivamente. Vale destacar que, no terceiro trimestre de 2019, os hotéis locais apresentaram leves taxas de crescimento nos três indicadores, prenunciando a desaceleração medida agora. 

“Em princípio, consideramos as três quedas mensais, de menos de 0,5%, no RevPar como um acontecimento isolado neste ciclo de expansão recente do setor”, afirma Carter Wilson, vice-presidente de Consulting e Analytics da STR, comprada recentemente pela CoStar. “Agora, diante desse declínio de 1,2%, há mais evidências de uma desaceleração acentuada no horizonte”, completa. 

Wilson lembra que a STR revisou recentemente a projeção de crescimento do RevPar para abaixo de 1% tanto este ano, como em 2020. “A hotelaria americana não registra expansão anual abaixo de 2,9% no RevPar desde a recessão econômica, em 2008”, acrescenta.

STR: mais dados e análise

Entre os 25 mercados analisados, Anaheim (Califórnia) teve a maior alta de RevPar (+6,1%), para US$ 138,20. Já Washington (DC) e Houston (Texas) apresentaram os maiores crescimentos de diária média (+5,5%, para US$ 184,27) e ocupação (+5,3%, para 68%), respectivamente. 

Na direção inversa, Boston (Massachusetts) viu o RevPar ceder 11,8% (para US$ 191,12), fruto da queda de 7,1% na ocupação (para 83,1%). Já Nova Orleans (Louisiana) registrou o maior recuo na diária média (5,7%, para US$ 161,23), pressionando o RevPar, que teve caiu 10,4% (para US$ 118,65).

“Com o crescimento mais lento da demanda e o primeiro aumento de oferta (inventário disponível) de pelo menos 2,1% desde abril de 2010, houve uma pressão óbvia nos níveis de ocupação”, afirma Wilson. “Tudo isso em um cenário de confiança nos preços já frágil”, finaliza o executivo.

(*) Crédito da capa: Robert Bye/Unsplash

(**) Crédito da foto: Todd Kent/Unsplash