O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o Voa Brasil — programa de passagens aéreas baratas — deve impactar entre 2 milhões e 8 milhões de pessoas em sua primeira etapa. Com expectativa de início em janeiro de 2024, a iniciativa visa fomentar o turismo interno com bilhetes acessíveis para parte da população.

“Temos possibilidade de inserir mais 30 milhões a 50 milhões de brasileiros na aviação. Não conseguimos fazer um programa para todos os brasileiros da noite para o dia. A primeira etapa será com públicos específicos”, disse o ministro na quarta-feira (15), em entrevista à GloboNews, segundo divulgado pelo InfoMoney.

O programa, que prevê a comercialização de passagens aéreas a R$ 200, deve emitir 1,5 milhão de bilhetes por mês. Anunciado em março deste ano, o Voa Brasil impactará positivamente também o setor hoteleiro, com mais pessoas viajando a longas distâncias.

“Apresentamos na (terça-feira, 14) o Voa Brasil ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. Devemos apresentar ao presidente Lula em dezembro e esperamos anunciar em janeiro”, revelou o ministro.

Preços abusivos

De acordo com Costa Filho, o governo não aceitará preços abusivos de passagens aéreas. “Os preços das passagens subiram mais de 12% na Europa, mais de 15% nos EUA e mais de 20% no Brasil, mas não vamos aceitar aumentos injustificados. Em média, o trecho no Brasil é de R$ 580, não se justifica ir para R$ 3 mil a cinco dias da viagem”.

Após uma reunião com as companhias aéreas, o ministro destacou que as empresas apresentarão um plano de redução de passagens aéreas no prazo de até 10 dias. “Temos dois problemas que preocupam a aviação: o custo do querosene de aviação e a judicialização”, apontou. Segundo ele, no Brasil, o combustível representa de 30% a 35% do custo das companhias, enquanto na Europa é em média de 18%. “O governo busca reduzir o custo do querosene de aviação. Já caiu 14%”, disse.

Costa Filho ainda salientou que o governo federal não possui recursos para fornecer subsídios para as empresas aéreas. “Queremos combater preços abusivos. Não faz sentido os trechos subirem para R$ 4 mil”, criticou.

O ministro também lembrou que o governo intensificou a busca por companhias aéreas estrangeiras para operação no Brasil. “Retomamos o diálogo com companhias aéreas estrangeiras, a exemplo do Chile, da Argentina e do mercado americano. Abrimos também o diálogo com os árabes, mostrando o potencial de crescimento da aviação do país de 30 milhões a 40 milhões de passageiros”, enfatizou. “Essas conversas entraram nas prioridades do dia”, apontou.

(*) Crédito da foto: Eduardo Anizelli/Folhapress