O alemão Guido Stütz é verdadeiramente apaixonado por culinária, hotelaria e futebol. O gerente geral do The Westin Porto de Galinhas, aberto em junho deste ano, relembra com bom humor que seu primeiro feito na gastronomia aconteceu aos três anos de idade, quando “assou” um coelho de pelúcia no forno. “Sempre via meus pais preparando coelho, então achei que teria o mesmo resultado”, comentou o executivo, entre risadas em um descontraído bate-papo no lobby do hotel.

Ainda na infância, mudou-se para Portugal com a família e anos depois, já adolescente, sua paixão pelo futebol o levou a atuar como goleiro no time juvenil do FC Porto, disputando a posição de goleiro com o conhecido arqueiro português Vitor Baía, que atuou também no FC Barcelona. Torcedor fanático do Bayern Munich, ele conta que, em certa altura da vida, precisou escolher entre o futebol e os estudos, e foi neste momento que o sonho de ser atleta profissional passou a ser secundário.

“Voltei para a Alemanha e me formei em Hotelaria e Gastronomia pela Universidade de Frankfurt e, depois de formado, busquei ampliar meus horizontes. Morei em países como Áustria, Argentina e Paraguai, adquirindo mais experiência e vivência”, explica. No Brasil, morou no Rio de Janeiro e, em seguida, mudou-se para Recife. Antes de assumir a gerência do The Westin, então chamado Porto de Galinhas Resort & Spa, trabalhou como diretor geral do Sheraton Resort do Paiva, em Cabo de Santo Agostinho.

Stütz é casado, pai de três filhos e gosta de aproveitar o tempo livre preparando diversos pratos para a família. “Gosto de preparar defumados para minha esposa e filhos, entre outras receitas. Para mim, esses momentos são extremamente especiais”, finaliza.

Na sessão de hoje (10), o Hotelier News recebe o profissional para sua segunda passagem pelo Três perguntas para, do qual participou em 2020. No bate-papo, diversas considerações importantes sobre estratégias adotadas pelo hotel. Confira na íntegra!

Três perguntas para: Guido Stütz

Hotelier News: O The Westin Porto de Galinhas é o primeiro empreendimento da marca no Brasil. Assim, como o hotel tem trabalhado para garantir experiências cada vez melhores para os hóspedes?

Guido Stütz: Este é o primeiro produto da marca da Marriott no Brasil. Então, a implementação foi um processo demorado, que requereu bastante planejamento para garantir que o atendimento acontecesse sob o padrão dessa bandeira. Após isso, fizemos vários treinamentos com uma equipe da marca, que veio ao hotel para preparar a equipe.

A nível global, a Westin é um líder na hotelaria do bem-estar, que engloba seis pilares: sleep well, eat well, feel well, move well, play well e work well. Cada um desses pilares tem programas e rituais bem específicos. Para que tudo isso funcionasse, nós fizemos um plano detalhado, assegurando-nos de todos os detalhes, porque são neles que moram a boa experiência.

Após a pandemia, o ser humano precisava encontrar um equilíbrio entre o corpo e a mente, e isso definitivamente entra no perfil da Westin.

HN: O crescimento da malha aérea para Pernambuco tem animado a hotelaria de Porto de Galinhas neste fim de ano. Por outro lado, passada a alta temporada, como garantir a continuidade da alta ocupação? O preço das passagens é um obstáculo?

GS: Mesmo fora da alta temporada, Recife e Pernambuco têm grandes oportunidades com a incorporação de mais voos internacional. Hoje, temos muitos viajantes estrangeiros, que estão buscando uma marca com padrão cinco estrelas. Estamos sentindo que o público está vindo de todas as partes do Brasil e América Latina. A partir disso, o Westin é um all inclusive que foca em oferecer serviços diferenciados.

Acredito que são justamente essas experiências que proporcionamos que vai garantir a continuidade da boa ocupação. Entre as principais, estão as ações de gastronomia, que é bastante variada em nosso empreendimento para contemplar todos os públicos. Estamos cada vez mais focados na comodidade, em facilitar a vida dos nossos hóspedes, elevando a jornada dele em nosso hotel, com muitas opções de lazer e entretenimento. E temos tido ótimos feedbacks em função disso.

Quanto à alta das passagens, é necessário analisar o cenário global como um todo. Caso os altos preços se mantenham por um tempo, temos um público regional, tanto de cidades pernambucanas, quanto de estados vizinhos, que podem compensar essa falta de visitantes de mercados emissores mais distantes.

HN: Por fim, quais têm sido as prioridades do empreendimento após receber a bandeira Westin?

GS: Logicamente, para um hoteleiro, o sucesso depende do bom funcionamento em diversas frentes. Nossa prioridade número um é mimar o hóspede, com serviços padronizados da marca Westin. Acredito que já demos um passo muito grande neste sentido, e isso se reflete nos comentários dos nossos hóspedes sobre o nosso atendimento.

Sempre trabalhamos focados na melhoria do RevPar, o indicador mais importante. Em relação à ocupação, manter os altos percentuais será um desafio. Não podemos esquecer que, durante a pandemia, as passagens aéreas já eram quase inacessíveis, então o público era quase 100% doméstico durante a crise. Agora, com a abertura das fronteiras, o brasileiro tem possibilidade de viajar para outros destinos, ao mesmo tempo em que a demanda internacional se recupera.

Além disso, temos observado bastante demanda dos nossos hóspedes Marriott Bonvoy, que tem mais de 8 mil hotéis à disposição dos usuários. Neste programa de fidelidade, o hóspede acumula pontos e pode trocar por benefícios como noites grátis, serviços personalizados em qualquer um dos hotéis Marriott no mundo, entre outros pontos.

(*) Crédito da foto: Lucas Barbosa/Hotelier News