Em 2022, o setor de turismo e viagens tem passado por diversos desafios, como garantir a recuperação total após dois anos de pandemia. Mas outra questão também tem estado em foco: a sustentabilidade. De acordo com pesquisa da McKinsey, feita com 5,5 mil viajantes aéreos de 13 países, aponta que os passageiros têm se preocupado mais com o meio ambiente, principalmente em relação às emissões de carbono, segundo o Phocuswire.

O levantamento também observa que mais da metade dos respondentes estão preocupados com as mudanças climáticas e acham que a aviação deve se tornar neutra em carbono. Por outro lado, as questões apontadas pela pesquisa contrastam com a postura dos viajantes, que ainda priorizam fatores como o preço na hora de fazer a reserva.

De modo geral, o cenário ainda é de otimismo. Os dados levantados pela McKinsey mostram que quase 40% dos viajantes em todo o mundo estão dispostos a pagar pelo menos 2% a mais por viagens aéreas com menor impacto ao meio ambiente. Além disso, a parcela de viajantes que planejam voar menos para reduzir os danos à natureza subiu de 31% em 2019 para 36% em 2021.

Momento pede iniciativas

Andy Knill, diretor da Extensity Consulting, afirma que a indústria não pode simplesmente esperar uma mudança de realidade. “Mesmo que a aviação seja apenas uma pequena parte do problema, somos um alvo fácil de críticas, e por isso temos que ações unificadas podem garantir ótimos resultados”, pontuou durante o CAPA Airline Leader Summit.

Outros especialistas acreditam que a aviação não está preparada para desafiar governos e mudar a percepção em relação ao problema. Atualmente, as viagens de negócios estão no centro das discussões, visto que muitas empresas já manifestaram publicamente o desejo de reduzir as emissões de carbono nos próximos três anos.

A McKinsey observa que a mudança de atitude pode partir das gerações mais jovens, que hoje são a maior parte da população global. Uma pesquisa da Arival mostra que 83% dos viajantes europeus e 78% dos EUA evitarão atividades com impactos sociais e ambientais negativos.

Segundo Douglas Quinby, cofundador e CEO da empresa, esse sentimento parte, em grande maioria, das gerações Y e Z.

Ações na hotelaria

No setor hoteleiro, as ações ESG (Enviromental, Social and Governance) também têm recebido atenção. De acordo com levantamento realizado pela JLL, os debates sobre sustentabilidade ganharam ainda mais força no segmento após a COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas). Além disso, entidades como o WTTC (World Travel & Tourismo Council) têm pressionado o mercado para adotar medidas de redução de carbono.

Recenemtente, Expedia Group e Green Key fecharam acordo para reforçar o Compromisso do Turismo Sustentável da Unesco. A iniciativa busca promover viagens sustentáveis e inserção da comunidade nas estratégias ESG.

Futuro

Apesar de algumas companhias aéreas – como a Qantas – já terem adotado iniciativas mais sustentáveis, a McKinsey afirma que é necessário ir mais longe para não só viajantes, mas também investimentos, criando o que conceitua de “equipe global de descarbonização”. As ações também têm se refletido na indústria de hospitalidade, que tem realizado investimentos bilionários para zerar emissões.

(*) Crédito da foto: yassinebenzhara2016/Pixabay