Segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising) divulgados ontem (31), o faturamento do setor de franquias teve incremento de 17,2% no primeiro trimestre de 2023. Um dos setores mais afetados pela pandemia de Covid-19, a hotelaria teve a maior variação positiva entre os 12 setores pesquisados (+37,5%).

Esse crescimento é explicado pela alta demanda reprimida por viagens e pela elevação do ticket médio dos turistas. Em paralelo, o destaque da hotelaria no crescimento das franquias é totalmente compreensível se analisarmos os últimos anos. A Accor, por exemplo, tem apostado fortemente no modelo como alternativa para expandir sua presença na América do Sul.

Mais recentemente, a Intercity Hotels, que mira alçar novos voos no mercado brasileiro, passou a olhar com mais atenção os contratos de franquias como grande aposta para ampliar o portfólio ao longo de 2023. Atualmente, a rede conta com sete empreendimentos nesse modelo, distribuídos por destinos como Belo Horizonte, São Paulo, Cabo de Santo Agostinho (PE), Anápolis (GO), São José do Rio Preto (SP), Florianópolis e Itapema (SC).

Mais dados

Já em relação ao setor de franquias como um todo, o aumento da receita do setor é creditado principalmente ao período pós-pandêmico, com destaque para o turismo e alta demanda por serviços. Além disso, em igual período do ano passado, o país ainda sofria com os efeitos da variante Ômicron. Frente a 2019, o avanço chega a 22,6%.

Logo em seguida, aparecem os setores de saúde, beleza e bem-estar, com alta de 27%; alimentação e food service (21,2%). Também se destacaram limpeza e conservação, com faturamento 19,2% maior em comparação ao primeiro trimestre de 2022; e alimentação, comercialização e distribuição, cuja receita cresceu 18,6%.

“Alguns desafios se mantêm, como um mercado mais competitivo e instável, com um consumidor mais exigente. Além disso, há um processo de recuperação no ticket médio, impactado pelos descontos para manutenção da demanda ao longo da pandemia. Há ainda os reflexos das incertezas no campo macroeconômico, a inflação e juros em níveis elevados e a histórica dificuldade na obtenção de crédito”, afirma Tom Moreira Leite, presidente da ABF.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Intercity Hotels