Pós-graduado em Marketing, Rubens Régis tem uma vasta experiência na área de vendas e atualmente é uma das referência quando se trata de estratégias no mercado hoteleiro. Sua trajetória se baseia na atuação como gerente de Vendas em diversas empresas do segmento, como Transamérica de Hotéis, Transbrasil S/A Linhas Aéreas, Othon Hotéis e Bourbon Hospitalidade.

Régis também atuou como diretor Comercial do Costão do Santinho por 22 anos, cargo que deixou há dois anos.  Hoje, o executivo compartilha sua experiência como consultor ao lado de Daniel Guijarro, que também trabalha na área de estratégias comerciais na hotelaria.

Três perguntas para: Rubens Régis

Hotelier News: Com o avanço da tecnologia e a crescente digitalização do setor hoteleiro, como você vê o papel das estratégias de marketing digital e de e-commerce na promoção e venda de serviços hoteleiros nos dias de hoje? Quais são as principais tendências que você identifica nesse sentido?

Rubens Régis: Estamos em um segundo momento deste processo, e já com o terceiro à nossa frente. Na primeira etapa, a hotelaria substituiu o marketing convencional pelo digital. Nesta fase, aqueles que saíram a frente tiveram grande vantagem competitiva. Os complexos maiores e com mais poder internalizaram suas estruturas de marketing trazendo para dentro de casa a inteligência da comunicação. E posso citar dois exemplos de sucesso: o Salinas do Maragogi, na minha opinião o pioneiro, e o Costão do Santinho, projeto que liderei.

Na segunda etapa, quando toda a indústria correu para o marketing digital, nasceram boas agencias especializadas no segmento, o que causou certa overdose. Para entender o que estou dizendo, basta entrar na web independente do canal e buscar, por exemplo, um hotel boutique. Você será bombardeado por publicações patrocinadas, ou seja, a concorrência aumentou muito. Hoje, para ter sucesso é preciso ter uma comunicação mais assertiva, mais nichada e com um forte trabalho de performance.

A terceira etapa que se inicia é a integração da inteligência artificial no processo. Neste campo ainda estamos engatinhando, mas já existem organizações trabalhando nisso. E aqui o céu é o limite. É só aguardar para ver.

HN: O debate sobre políticas ESG está se tornando cada vez mais relevante em várias indústrias, incluindo a hoteleira. Como você acredita que os hotéis podem incorporar efetivamente esses princípios em suas estratégias de marketing e operações para atrair e engajar os hóspedes conscientes da sustentabilidade?

RR: ESG é o termo da moda. Sim, é verdade que o assunto se tornou relevante e que as organizações hoteleiras têm que ter seus projetos implantados. Existem empresas que buscam contratar para realização de eventos hotéis que possuam programas de sustentabilidade desenvolvidos. O tema conscientização ambiental é mundial e o debate é cada vez mais constante em nosso dia a dia.

Ainda temos longo caminho a percorrer, pois praticar ESG custa caro e na hora de divisão dos custos falta muita consciência. Cito um exemplo recente, uma empresa ao contratar um evento pede que a água na sala não seja servida em garrafas plásticas, pois isto fere seu programa de ESG. Quando passamos a ela o custo mais alto do serviço em latas ou garrafas de vidro ela declina e aceita o plástico.

HN: Com base em sua extensa experiência no departamento de Marketing e Comercial, quais são as principais mudanças e melhorias que você testemunhou ao longo dos anos no serviço de marketing e vendas dentro da indústria hoteleira? Como você aconselharia os profissionais de a se adaptarem e inovarem em um mercado em constante evolução?

RR: Ouvi uma vez de uma das grandes cabeça de ,marketing de nossos tempos uma frase que me marcou muito: você precisa desaprender tudo que aprendeu e começar de novo. Isto lá no inicio da digitalização. Pois bem, o momento é de desaprender novamente para reaprender dentro da inteligência artificial.

Meu conselho é este: cabeça aberta, capacidade de adaptação constante sobre as novas tendências e necessidades, e estudar sempre.

(*) Crédito da foto: reprodução/Linkedin