O Rio de Janeiro tem uma meta ambiciosa para os próximos 10 anos: ampliar de 5% para 12% a participação do setor de turismo no PIB (Produto Interno Bruto) estadual. A projeção foi apresentada por Gustavo Tutuca, secretário estadual de Turismo, em painel sobre o setor, no seminário comemorativo de 25 anos do jornal Extra, aponta o Valor Econômico.

Conforme Tutuca explicou, os dados foram calculados com base em uma pesquisa realizada em colaboração com a UFF (Universidade Federal Fluminense). Ele sublinhou que, embora o Rio esteja experimentando um aumento nas atividades turísticas, o desempenho ainda fica aquém da média nacional para esse setor.

Segundo o secretário, o turismo contribui apenas com cerca de 5% para o PIB do Estado, um percentual inferior aos 8,5% que a atividade representa no PIB nacional. “Isso evidencia a magnitude do desafio que temos pela frente, dependente de várias medidas a serem adotadas”, afirmou.

Ele argumentou que é crucial aprimorar a colaboração entre os municípios, investir na promoção do turismo doméstico e internacional de maneira eficiente, otimizando os recursos investidos. Além disso, ressaltou a importância de aprimorar a infraestrutura estadual e qualificar a mão de obra local.

“Estamos elaborando um planejamento conjunto para participar de eventos de promoção, tanto nacionais quanto internacionais, de maneira mais eficaz”, disse.

Políticas públicas para o turismo

O evento contou com a presença da secretária municipal de Turismo, Daniela Maia, do prefeito de Paraty, Luciano de Oliveira Vidal, e de outras autoridades, representantes do setor hoteleiro, dos desfiles de carnaval da Marquês de Sapucaí e do comitê organizador da prefeitura do Rio para a Cúpula do G20.

Os participantes enfatizaram a necessidade de políticas consistentes para o setor turístico e a criação de um calendário oficial de festividades. Eles argumentaram que um planejamento antecipado permite que municípios e empresários tenham tempo para realizar investimentos, contratar mão de obra e promover os eventos.

José Domingo Bouzon, vice-presidente da HotéisRIO (Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro), observou que o setor hoteleiro expandiu significativamente após as Olimpíadas, mas sofreu uma grande redução nos anos seguintes devido à falta de continuidade, resultando em prejuízo e diminuição de empregos.

A retomada do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, foi apontada como uma medida positiva para impulsionar o turismo no Rio. A luta do Estado contra o excesso de operações no Aeroporto Santos Dumont foi destacada como um fator que prejudicou o Galeão nos últimos anos.

Sérgio Ricardo, presidente da TurisRio, afirmou que a mudança já está gerando resultados tangíveis, com a British Airways e a Air France demonstrando interesse em aumentar suas operações no Galeão. Ele indicou que a estratégia para o próximo ano inclui atrair mais companhias aéreas para o aeroporto.

Sobre o tema sensível da segurança pública, o secretário estadual de Turismo afirmou que é crucial vincular os esforços de combate à violência a uma comunicação eficaz com turistas nacionais e internacionais. Ele reconheceu que incidentes recentes prejudicaram a imagem da cidade, defendendo a implementação de ações para melhorar a segurança em áreas turísticas.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Casai