RevPar global da Hilton cresce 12,6% em 2023
7 de fevereiro de 2024Abrindo a temporada de balanços das grandes redes internacionais, a Hilton Worldwide divulgou hoje (7) os resultados financeiros de 2023. Ao fim do ano passado, a empresa registrou crescimento de 18,9% no Ebitda Ajustado (para US$ US$ 3,09 bilhões), muito embora tenha visto o lucro líquido recuar 8,4% (para US$ 1,15 bilhão). Já o RevPar global avançou 12,6% frente 2022 e 10,7% em relação a 2019, reforçando a tese de que os estragos da pandemia ficaram para trás.
Na frente de desenvolvimento, a Hilton adicionou um volume recorde de 24 mil quartos ao seu inventário no quarto trimestre de 2023, somando mais 62,9 mil UHs ao seu ecossistema no ano, o que representa crescimento líquido de 4,9% na comparação anual. Em paralelo, a rede norte-americana assinou 33,8 mil apartamentos nos últimos três meses de 2023, elevando seu pipeline para um recorde de 462,4 mil habitações em 31 de dezembro, alta de 11% frente igual período do ano anterior.
“Entregamos mais um ano de resultados sólidos em termos de receitas e lucratividade, mantendo nosso robusto histórico de desenvolvimento. O momento positivo nas aberturas continuou ao longo do ano, com mais inaugurações nos últimos três três meses de 2023 do que em qualquer outro trimestre da história”, afirma Christopher Nassetta, presidente & CEO da Hilton, em comunicado à imprensa.
Para este ano fiscal que se inicia, Nassetta se diz otimista com a frente de desenvolvimento. “Alcançamos também recordes de assinaturas durante o ano, significativamente superando os níveis pré-pandêmicos. Esperamos que esse cenário continue em 2024, com um crescimento líquido de unidades acelerando para o topo de nossa faixa de orientação, que fica entre 5,5% a 6%”, revela.
Diante da da base de comparação alta do ano passado, a empresa estima expansão de 2% a 4% do RevPar global em 2024. A alta prevista no indicador mais importante da hotelaria, associada à projeção positiva na frente de desenvolvimento, faz a Hilton ter a expectativa de alcançar lucro líquido entre US$ 1,69 bilhão e US$ 1,72 bilhão neste ano fiscal. Já a previsão para o Ebitda Ajustado ficou entre US$ 3,33 bilhões e US$ 3,38 bilhões.
Acordo estratégico
Em relação às perspectivas de desenvolvimento hoteleiro citadas por Nassetta, a Hilton já deu uma tacada de mestre no mesmo dia da divulgação do balanço de 2023. A empresa confirmou ter assinado um acordo de licenciamento exclusivo com a SLH (Small Luxury Hotels of the World), grupo que tem 560 hotéis-boutique não-afiliados às grandes cadeias hoteleiras globais.
A parceria permitirá que clientes da Hilton reservem em propriedades da SLH por meio do site e aplicativo da Hilton. Além disso, em breve, membros do programa de fidelidade da empresa poderão acumular e resgatar pontos para estadias nesses mesmos hotéis. As duas companhias não forneceram um cronograma para a integração e tampouco informaram o valor comercial do acordo.
“Vemos uma oportunidade de um adicional de 25 a 50 pontos base (no crescimento do pipeline) proveniente de nossa parceria exclusiva com a Small Luxury Hotels of the World. Adicionar este portfólio extraordinário nos próximos meses às nossas ofertas de luxo robustas e em crescimento aprimorará ainda mais nosso já poderoso efeito de rede, proporcionando a todos os clientes da Hilton, incluindo nossos membros do Hilton Honors, ainda mais oportunidades de sonhar, reservar, acumular e resgatar pontos”, comentou Nassetta.
M&As
Na conference call com analistas financeiros e jornalistas mais cedo, a Hilton indicou também que está com mais apetitite para M&As (Fusões & Aquisições, na tradução livre). Segundo a empresa, as circunstâncias no mercado mudaram de maneira a tornar plausível a troca da estratégia de crescimento dos últimos anos, pautada na criação de marcas em vez de aquisições de bandeiras – usada por muitos dos concorrentes.
A Hilton detém atualmente 22 bandeiras sob seu guarda-cuva de marcas, como DoubleTree e Waldorf Astoria. “O ambiente em que estamos é um pouco diferente”, disse Nassetta aos analistas.
“Há, por várias razões, taxas de juros em queda e outros fatores, mais pressão no setor do que o normal, o que provavelmente cria mais oportunidades. Coisas modestas, na minha opinião, e que são o que considero como aquisições pontuais”, acrescentou.
A fala do executivo na conference call ocorre em um momento no qual aumentam os falatórios sobre movimentos de M&A da Hilton. De um lado, comenta-se que a rede estaria em negociações para adquirir a NoMad Hotels, uma pequena marca de hotéis lifestyle, e a Graduate Hotels, uma coleção de cerca de 30 propriedades temáticas próximas a universidades.
“O resumo é que não temos uma atitude diferente em relação a fusões e aquisições. Continuamos a examinar tudo, mas o novo ambiente talvez ofereça um pouco mais de oportunidade do que vimos em um bom tempo”, finaliza Nassetta.
(*) Crédito das fotos: Divulgação/Hilton Worldwide