Sem festa e sem glamour. Foi assim o fim das operações do Maksoud Plaza na manhã de hoje (7). Após 42 anos de funcionamento, o cinco estrelas paulistano fecha as portas deixando 170 funcionários desempregados. Os trabalhadores que ainda atuavam no local foram informados sobre o fim das atividades nas primeiras horas de hoje e cumprirão contrato até o fim de dezembro, quando o prédio será entregue aos empresários Fernando e Jussara Simões, da família fundadora da Simpar, holding que controla a JSL (Júlio Simões Logística) e a Movida, entre outros negócios.

Pelo que foi divulgado, Fernando e Jussara ainda pagaram R$ 132 milhões pelo imóvel. “O fechamento do hotel se dá em momento oportuno, dada a necessidade de reestruturação financeira do grupo ao qual pertence, afetado por dívidas herdadas de empresas extintas, como a própria Hidroservice Engenharia”, diz o texto divulgado pela HM Hotéis para a imprensa. “A HM Hotéis, proprietária do Maksoud Plaza, vinha arcando com os custos deste pesado endividamento herdado das outras empresas.” O futuro do imóvel, contudo, segue em aberto, mas parecem escassas as possibilidades do imóvel continuar operando como hotel.

Para selar o fim das operações, Henry Maksoud Neto, presidente executivo do Maksoud Plaza, fez um anúncio emocionado aos colaboradores, segundo divulgado pela Folha de São Paulo. A partir de agora, o prédio está sendo esvaziado para ser entregue no dia 27, sem mobília.

Em nota, a HM Hotéis afirmou ainda que continuará utilizando a marca Maksoud Plaza em projetos futuros e que manterá seus compromissos no processo de recuperação judicial. “Apesar do fechamento do hotel, a HM Hotéis prosseguirá honrando seus compromissos firmados no processo de RJ, assim como arcará com a indenização integral de todos os colaboradores dispensados. Os clientes que tinham reservas futuras no Maksoud serão reembolsados”, divulgou a empresa, em nota.

Maksoud Plaza: acerto de contas

O empreendimento, que já operava com 20% de sua capacidade, nunca se recuperou do seu fechamento temporário no início da pandemia, em 2020. Além disso, o fechamento encerra uma disputa de 10 anos entre a HM Hotéis e a Fernando e Jussara Simões, que arremataram o prédio em um leilão em 2011, pelo valor de R$ 70 milhões.

No pedido de recuperação judicial, os débitos do hotel somavam mais de R$ 120 milhões. De acordo com a administradora, as dívidas dos processos foram reduzidas pela metade e parceladas em até 23 anos. Já o grupo Hidroservice, controlador do hotel, afirma ter caixa suficiente para cumprir o plano de RJ, cujo passivo total é de R$ 850 milhões, dos quais R$ 110 milhões foram colocados no processo.

O endividamento fiscal federal total do grupo, avaliado em R$ 400 milhões, foi minimizado em 60% e o remanescente parcelado em 10 anos. Já as dívidas trabalhistas deverão ser pagas dentro de um ano.

O futuro

Em relação ao futuro do imóvel, as indefinições persistem. Em contato com a reportagem do Hotelier News, a Simpar enviou para a  comunicado objetivo e curto, apenas confirmado o acordo firmado com a. Confira abaixo:

No dia 24 de novembro de 2011, os empresários Fernando Simões e Jussara Simões arremataram, em leilão judicial realizado pelo Poder Judiciário do Trabalho, o imóvel onde se encontrava instalado o Hotel Maksoud Plaza e aguardam o cumprimento da decisão proferida pelo TST, que confirmou a perfeita validade da arrematação judicial. A arrematação se restringe ao imóvel, não envolvendo, portanto, nenhuma das atividades antes exercidas no local, cuja cessação definitiva foi anunciada publicamente, no dia de hoje (07/12/2021), conforme noticiado pela imprensa”.

Se as dúvidas persistem, o mesmo vale para as especulações. Como noticiamos mais cedo, a versão de transformar o Maksoud Plaza em um hospital faz sentido. Para executivos ouvidos pela reportagem, o negócio só se viabiliza se o destino do imóvel estiver longe da indústria hoteleira – pelo menos para investidores que buscam retorno mais rápido. A ver o fim dessa história e o que os novos proprietários pensam para o prédio.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Maksoud Plaza