Líder global no segmento de timeshare, a RCI encerrou o ano passado gerando US$ 1,6 bilhão em vendas aos cerca de 340 propriedades afiliadas no Brasil. O resultado superou as expectativas da empresa e reitera o bom momento do mercado doméstico de lazer desde o fim do período mais agudo da pandemia.

Segundo Fabiana Leite, diretora de Desenvolvimento de Negócios América do Sul da RCI, o resultado de vendas em 2022 surpreendeu porque o ano anterior representava uma base de comparação elevada. “Então, imaginávamos um volume de vendas mais ou menos em linha com 2021, mas o lazer realmente está puxando o crescimento do turismo”, explica.

Para 2023, segundo a executiva, a expectativa da empresa é atingir um patamar de US$ 2 bilhões em vendas nas propriedades afiliadas no Brasil. “Esse crescimento vai passar pelo aumento da oferta no país, o que passa por mais propriedades afiliadas, bem como pela ampliação de resorts e hotéis que já estão na base”, informa Fabiana, acrescentando que a RCI projeta afiliar mais 20 propriedades em 2023.

“Há ainda outros fatores, que têm relação com o amadurecimento do segmento no Brasil. O que quero dizer com isso? Novos e melhores melhores produtos entrarão na base e eles serão vendidos por equipes mais bem treinadas, que passarão mais conhecimento e confiança sobre timeshare para o consumidor final. Por fim, o número de pontos de vendas, hoje em 200, segue expandindo”, completa.

Potencial

As vendas da RCI para seus afiliados na América Latina, por sua vez, totalizaram US$ 10 bilhões no ano passado, volume bastante concentrado no México. Ou seja, a participação do Brasil na região ainda é pequena. E aí o leitor pode olhar esse cenário tanto a partir da teoria do copo cheio, quanto do vazio.

No primeiro caso, percebe-se que ainda há um grande espaço para crescimento do segmento. “Veja, nos Estados Unidos são cerca de 2 mil empreendimentos afiliados. Então, pensando no Brasil, podemos – pensando enquanto indústria – chegar a novos destinos e fazer a oferta do setor crescer muito mais”, pondera Fabiana.

Em relação ao copo vazio, a análise passa pelo desafio de tornar o segmento mais conhecido. “É um processo de educação tantos de consumidores, quanto de desenvolvedores imobiliários. Em resumo, é essa combinação entre ampliação de oferta e melhor entendimento sobre o modelo de negócio por parte dos principais stakeholders que fará a indústria crescer por aqui”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News