Em 25 de abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que determinou o fim do horário de verão no Brasil. Com um novo governo pela frente, a expectativa para o retorno de dias mais longos já está entre os pleitos do turismo. Segundo divulgado pela Folha de São Paulo, profissionais do setor esperam que Lula derrube a medida imposta por seu antecessor.

O questionamento ficou ainda mais latente após a entrada do verão, na última quarta-feira (21). Esta semana, um grupo de associações empresariais iniciou um novo esforço para pressionar pela mudança no relógio.

A CNTur (Confederação Nacional do Turismo) — entre outras entidades de eventos, bares e restaurantes — estão à frente do movimento pelo retorno do horário de verão com a argumentação que a medida beneficia o setor, estendendo as atividades ligadas ao segmento, além de significar redução de gastos com energia elétrica.

Fabio Aguayo, diretor da CNTur, busca interlocução com o novo comando do Ministério de Minas e Energia assim que a equipe for definida. Em entrevista à Folha, ele revela que as associações lançarão uma campanha pela volta do horário de verão.

“O novo layout tem uma bandeira branca para pedir tolerância depois das confusões da eleição. Também tem imagem de sorrisos, pessoas felizes e copo de cerveja, com as palavras economia, empregos e diversão”, diz Aguayo.

Quando decretou o fim do horário de verão, Bolsonaro se justificou dizendo que a alteração afetava o relógio biológico do brasileiro e que o fim do sistema aumentaria a produtividade dos trabalhadores.

Opinião popular

Após as eleições, Lula realizou uma enquete no Twitter para saber a opinião popular sobre o adiantamento de uma hora nos relógios. Mesmo sem peso científico, o questionário ultrapassou os 2 milhões de votos, com 66,2% dos respondentes se posicionando a favor.

Em entrevista ao Hotelier News, Alexandre Sampaio, presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), reforçou a ideia de que o horário de verão traz benefícios ao setor. “É uma medida interessante para o turismo, pois é uma época em que gasta-se muito com energia por conta do calor, hotéis lotados e ar condicionado ligado. A volta deve impactar os custos dos empreendimentos”.

Fernando Kanbara, gerente geral do Grand Mercure Curitiba Rayon, afirma que, para a capital paranaense, o impacto é quase nulo. “Pode haver efeito nos bares e restaurantes, com possível impacto em happy hour nos hotéis de lazer, por ainda ser dia. Em hotéis corporativos, acredito ser baixo ou nulo”.

(*) Crédito da capa: tinhofranco/Unsplash