Embora Sebástien Bazin esteja otimista com a recuperação do setor hoteleiro em 2022, o CEO global da Accor prevê queda substancial na demanda do público corporativo internacional. Durante o Skift Forum Europe, promovido ontem (24), o executivo argumentou que os empreendimentos precisam desenvolver soluções criativas para substituir a demanda de negócios.

“Perderemos de 20% a 25% dos viajantes internacionais de negócios para sempre”, avalia. “E vamos porque o CEO ou o CFO dirá: ‘por que você não começa no Zoom e, se sentir que há algo, viaje.’”

Para substitui-los, Bazin recomenda que os hotéis atendam aos moradores locais, que podem consumir no restaurante das unidades, trabalhar no saguão ou até mesmo alugar um quarto. Ele observa que as pessoas que estão em modelo home office precisarão de novos lugares para passar o tempo.

“Essa clientela será um aditivo ao lifestyle e será uma nova demanda para as marcas”, salienta o CEO, que também comentou os impactos dos conflitos na Ucrânia nas unidades da rede francesa durante o evento.

Accor Local

Em 2017, Bazin lançou a Accor Local – plataforma que conectaria moradores locais aos serviços de unidades hoteleiras próximas. Na época, o CEO buscava competir com hotéis lifestyle que impulsionaram suas receitas com moradores das próprias cidades onde se localizavam.

Infelizmente, na rede francesa a novidade não pegou. O executivo revelou ao Skift Forum que os gerentes gerais jamais aceitariam a ideia, embora bandeiras como a Hoxton obtenham até 55% de sua receita com clientes que não ficam hospedados. “Eles me disseram: ‘Claro. Sim, senhor.’ Mas eles não queriam dizer isso e não houve tração alguma”, conta.

Apesar das perdas previstas, o líder global da empresa afirma que 2022 será o ano da Accor, com a expectativa de abertura de 300 unidades este ano, mirando os segmentos de lazer e corporativo doméstico.

(*) Crédito da foto: reprodução/Skift