Depois de dois anos sendo realizada no formato online, a Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo voltou com tudo em 2022. A 26ª edição do evento, realizada no último domingo (19), lotou mais de 10 quarteirões da Avenida Paulista com ativistas, artistas e apoiadores das causas. Importante para economia de São Paulo, a Parada ainda teve aumento de 15% no gasto médio dos turistas.

Os dados são da pesquisa Perfil e Satisfação de Público Parada LGBT+ 2022, realizada pelo Observatório do Turismo da cidade de São Paulo. O levantamento, divulgado pela Agência Nacional, aponta que o gasto médio do turista na cidade, por pessoa, foi de R$ 1.881,84, valor 15% superior ao registrado em 2019 (R$ 1.634,20). Só na celebração do evento, o gasto médio per capita foi de R$ 132,30, alta de 7,5% frente ao período pré-pandemia (R$ 123).

Parada do Orgulho LGBT+ - Edição_2019

Edição de 2019, última antes da pandemia, foi superada pela de 2022

 

Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o evento está entre os três maiores da cidade e é o de maior impacto no turismo local.

Segundo Mariana, o diferencial da Parada para outros eventos é que o público tem uma renda um pouco mais elevada, sendo um turista que se programa para gastar em atrações. “O perfil de quem vem para a Parada do Orgulho LGBT+ é de aproveitar o feriado e consumir, principalmente alimentação, em diferentes restaurantes e shopping center”, destaca. “A região da parada fica muito cheia e vibrante com a realização desse evento”, acrescenta.

Hotéis cheios

Não é por acaso que muitos hotéis também notaram aumento na ocupação durante os dias anteriores ao evento. As unidades do Intercity localizadas na região da Avenida Paulista, entre elas o Intercity Paulista, Intercity Interative Jardins e The Universe Paulista by Intercity, viram o indicador bater em 80% no período de 16 a 19 de junho.

No caso dos hotéis operados pela Atlantica Hospitality International, houve um incremento de 27,87% em ocupação e 27,07% no aumento em diária média, se comparado com o mesmo período do mês de junho de 2021, ano em que o evento foi realizado digitalmente. A rede ressaltou também que a própria organização da Parada realizou uma previsão de que cerca de R$ 500 a 600 milhões deveriam ser injetados na economia de São Paulo na semana do Orgulho deste ano.

Em linha com a fala de Mariana, os empreendimentos da Meliá perceberam que, além dos 70% de ocupação, os hóspedes gastaram bem mais este ano. “O que chamou mais atenção foi o crescimento de 32% na diária média. Com isso, a receita de hospedagem foi 14% superior à do mesmo período de 2019”, revela Natalie Diorio, gerente Geral do Meliá Paulista, em contato com a reportagem do Hotelier News. “Em relação à receita de A&B (Alimentos & Bebidas), a alta foi de 20% na média por hóspede”.

Mais dados da pesquisa

Com base nas respostas de 1.223 participantes no dia do evento, a pesquisa traçou um perfil mais detalhado da multidão. O percentual de turistas ficou acima de 41% do total, sendo 12,3% de cidades da região metropolitana de São Paulo e 14,5% do interior. De outros estados, a participação foi de 13,6%, com destaque para Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Santa Catarina.

Segundo a pesquisa, a 26ª edição foi a primeira para quase 40% do público, enquanto 50,1% participaram da Parada em 2019 e 10,2% nos anos anteriores. Além disso, o evento foi composto majoritariamente por jovens, com 59,2% sendo de pessoas entre 18 a 29 anos, 28% de 30 a 39, 9,1% de 40 a 49, 3% de 50 a 59, e 0,7% para pessoas com 60 anos ou mais.

(*) Crédito da capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil

(**) Crédito da foto: Divulgação