A hotelaria se encontra num mar de inovações a todo momento, mas existe uma fronteira que o setor ainda não alcançou: o espaço. Contudo, não deve levar muito tempo, promete a Orbital Assembly Corporation. A empresa americana de construção espacial prevê inaugurar duas estações de alojamento turístico: a Voyager Station e a Pioneer Station.

Originalmente chamado de Von Braun Station, em homenagem ao cientista alemão que concebeu o primeiro conceito de estação espacial giratória nos anos 1950, a Pioneer Station tem inauguração prevista para 2025, com capacidade para receber 28 pessoas. Já a Voyager, planejada para operar a partir de 2027, poderá acomodar até 400 turistas espaciais.

A escala reduzida da Pioneer tem como objetivo tornar o sonho em realidade mais cedo. “Isso nos dará a oportunidade de fazer com que as pessoas comecem a experimentar o espaço em uma escala maior, mais rapidamente”, comenta Tim Alatorre, diretor de Operações da Orbital Assembly.

Com a intenção de ser um “parque empresarial” que abriga empresários, pesquisadores e turistas, ambas as estações terão escritórios e instalações de pesquisa disponíveis para aluguel. Segundo Alatorre, isso garante financiamento para projetos de curto prazo da Orbital Assembly.

Imagens ilustrativas divulgadas pela empresa revelam um design não muito distante de hotéis de luxo da Terra, mas com vista “de outro mundo”. Alatorre, que tem formação em arquitetura, conta que a estética do hotel é uma resposta à decoração do filme 2001: Odisséia no Espaço. Também inspirado pelo projeto de Von Braun, o longa-metragem é “quase um plano do que não fazer”, segundo o executivo.

“Acho que o objetivo de Stanley Kubrick era destacar a divisão entre tecnologia e humanidade e assim, propositalmente, ele fez as estações e as naves muito estéreis, limpas e alienígenas”, complementa o diretor.

Orbital Assembly - foto

Projeto contempla estações giratórias

Estações giratórias: funcionamento

Evolução do conceito futurista criado há mais de 70 anos, ambas as estações serão compostas por vários módulos conectados a elevadores, formando uma roda giratória em órbita da Terra. Para o conforto dos terráqueos, o movimento giratório tem como objetivo gerar gravidade artificial por meio da força centrífuga.

Em uma entrevista de 2019 à CNN, Alatorre explicou que a física das estações funciona como um balde de água girando. “A estação gira, empurrando o conteúdo da estação para o perímetro da estação, da mesma forma que você pode girar um balde de água – a água empurra o balde e permanece no lugar”, disse ele.

Por conta do seu tamanho reduzido, a Pioneer terá um nível de gravidade diferente. Segundo Alatorre, ainda haverá o que ele chama de “confortos” da gravidade artificial, como chuveiros, a capacidade de comer e beber sentado, mas os espaços com menos gravidade permitirão peculiaridades espaciais ainda mais divertidas.

(*) Crédito das imagens: Divulgação/Orbital Assembly Corporation