Na hotelaria, o nome de Mônica Paixão remete a muito trabalho, dedicação e conquistas. Isso porque, neste ano, a diretora geral do Le Canton (RJ) completa 33 anos de carreira. Figura conhecidíssima no mercado, Mônica relembra e avalia sua trajetória, mencionando desafios, mudanças no setor, entre outros temas.

“Tem sido uma experiência maravilhosa, de muita realização, conquistas, comprometimento e trabalho duro que valem muito a pena. No Golden Tulip Ipanema Plaza, fui a primeira mulher no Rio de Janeiro a ocupar o cargo de gerente geral, o que foi também um grande marco. Essa caminhada é motivo de muito orgulho e acredito que de inspiração também para outros profissionais”, pontuou a executiva em entrevista ao Hotelier News.

Graduada em Economia pela Universidade Cândido Mendes e em Relações Públicas pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Mônica afirma que uma de suas principais conquistas foi estimular o protagonismo feminino na hotelaria. “Acredito que quando assumi a gerência do Ipanema Plaza em 2000, abri mais portas para mulheres no mercado. E hoje, os melhores empreendimentos do Rio de Janeiro são gerenciados por mulheres. Isso com certeza me enche de orgulho”, acrescenta a profissional, que está à frente do Le Canton há sete anos, desenvolvendo diversas ações no resort. “Era o empreendimento que faltava no meu currículo”, complementa.

Dicas para hoteleiros

Obviamente, mais de três décadas de hotelaria rendem muita bagagem e experiência a serem passadas à frente. E, com o perdão do trocadilho, Mônica diz que a hotelaria precisa ser uma paixão para quem busca fazer carreira no setor.

“É necessário muito amor pelo que se faz”, diz Mônica a novos profissionais

“São 24 horas, em todos os dias do ano. É uma dedicação intensa e você precisa gostar muito do que faz, para que o seu trabalho se torne um verdadeiro prazer. Eu amo o que faço e não me vejo trabalhando com outra coisa”, enfatiza.

“É uma área muito apaixonante e sedutora. Por outro lado, é necessário muito comprometimento, disponibilidade, e principalmente o entendimento de que é um setor diferente dos outros, que requer entrega total. Para ser um bom hoteleiro, esses fatores são imprescindíveis, além de se manter sempre antenado às mudanças do segmento”, acrescenta.

Desafios

Mesmo com tantos anos de atuação no mercado, Mônica reforça que ainda há muitos desafios pela frente. “Os desafios fazem parte da vida, são o que nos estimula. Temos planos ambiciosos para o hotel,  como o desenvolvimento de um condomínio e o aumento de nossa estrutura hoteleira para nos tornarmos o maior resort do Brasil”, revela.

“Tudo isso faz parte de novas conquistas e aprendizados. É o que nos move a buscar sempre ser o melhor profissional possível. Essa foi a principal lição que aprendi nesses 33 anos de carreira e que trago para a vida”, completa a executiva.

Da perspectiva do mercado como um todo, a gestora avalia que os principais desafios, atualmente, dizem respeito ao retorno da demanda corporativa após dois anos de grandes baixas trazidas pela pandemia de Covid-19. “É uma demanda que já está aquecendo, mas ainda não atingiu o nível pré-pandemia”, explica.

“A retomada desse setor de eventos, congressos e reuniões é extremamente importante, juntamente com a volta da malha aérea. A alta de preços das passagens tem trazido diversas dificuldades para o setor como um todo, então precisamos também desse equilíbrio”, reflete.

Evolução e expectativas para o setor

Relembrando sua história no setor, Mônica também destaca as mudanças que ocorreram no mercado durante essas três décadas, principalmente em termos de distribuição. “Mudou tudo, houve uma grande evolução neste sentido. Há 30 anos, o papel do profissional que vendia o hotel era ainda mais determinante do que é agora. Atualmente, também temos um online muito mais ativo”, avalia.

“Ao longo dos anos, fomos desenvolvendo canais digitais, meios tecnológicos e uma central de reservas que responde 24h no Le Canton. Tudo isso são grandes evoluções, que fazem parte do processo constante de mudança do mercado hoteleiro”, afirma a diretora.

Por fim, a profissional diz que há forte tendência de aquecimento no setor hoteleiro. “A pandemia veio para mudar vários hábitos e quebrar paradigmas. Hoje, por exemplo, as pessoas podem trabalhar de qualquer lugar, o que facilita com que os dias de semana sejam mais solicitados nos hotéis, reforçando essa tendência do bleisure, a união das demandas de trabalho e lazer. Baseado nesses novos hábitos, afirmo com toda a certeza que o setor ainda tem muito a crescer”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Le Canton Resort