A Maxmilhas, que pertence ao grupo da 123 Milhas, entrou com pedido de recuperação judicial ontem (21) no TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) declarando dívidas de R$ 226 milhões, aponta a Folha de São Paulo.

Segundo a empresa, a ação deve-se aos efeitos no mercado de OTAs, decorrentes da reestruturação da 123 Milhas, que entrou em recuperação judicial no final de agosto. Se um pedido de recuperação judicial é aceito, a companhia consegue evitar a cobrança de dívidas e ganha tempo para organizar um plano de pagamento.

“Ainda que a Maxmilhas tenha uma operação independente da 123 Milhas, o mercado tem sido bastante impactado, o que vem dificultando significativamente a capacidade financeira da empresa”, afirmou em nota.

Entendendo o caso

A 123 Milhas entrou em recuperação judicial no dia 31 de agosto, com dívidas de R$ 2,308 bilhões. Nesta quarta (20), a 21ª Câmara Cível do TJMG suspendeu a ação a pedido do Banco do Brasil, maior credor da companhia. Caso o pedido de aditamento da Maxmilhas seja deferido, o valor da causa da 123 Milhas será retificado para R$ 2,534 bilhões.

“A recuperação judicial está suspensa, logo qualquer aditamento feito em processo suspenso não poderá ter efeito jurídico”, diz Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito do consumidor e diretor jurídico do Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania).

“O tribunal já demonstrou seu entendimento no sentido de que para haver a análise de qualquer pedido de recuperação, necessária se faz a análise pericial prévia da viabilidade operacional da empresa por meio do procedimento de constatação prévia. É fundamental para se concluir se a atividade econômica da empresa se mostra viável ou não e para saber se as recuperandas atendem efetivamente os requisitos para o pedido de recuperação judicial ou se seria o caso de falência”, completa.

De acordo com o processo, protocolado na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, a crise da 123 Milhas gerou queda abruta nas vendas da Maxmilhas. O faturamento teria caído, em um mês, 70% com venda de passagens aéreas e 90% na venda de hospedagens. Em nota, a empresa afirmou que não haverá a suspensão de nenhum produto e que não cancelou passagens ou reservas de hospedagens.

(*) Crédito da foto: Reprodução/Maxmilhas