Há pouco mais de uma semana de sua abertura, o JW Marriott São Paulo vive um momento de grandes expectativas. A marca de luxo chegou à capital paulista com a promessa de movimentar ainda mais o segmento na cidade e redefinir o ativo localizado na Avenida das Nações Unidas — onde antes operava o antigo Four Seasons São Paulo. Em clima de renovação, o prédio da Chácara Santo Antônio voltou a ser palco de uma operadora internacional que garante que o empreendimento está em uma nova fase.

Liderado por Rosana Okamoto, que deixou o cargo de gerente geral do JW Marriott no Rio para retornar a São Paulo, o hotel abriu as portas com um quadro de colaboradores suficiente para dar o pontapé inicial em suas atividades. Em março, a unidade realizou uma feira de talentos com o objetivo de compor sua equipe, que contou com mais de 1,4 mil inscritos.

“Tivemos bastante procura e conseguimos realizar algumas contratações. Cerca de 15% dos inscritos passaram a ser associados da Marriott. A rede entende que, quando um hotel é aberto, estamos lidando com a vida das pessoas. Não queremos contratar profissionais para desligar após 90 dias. Por isso, trouxemos o mínimo necessário para tocar a operação. Conforme a ocupação for se estabilizando, vamos aumentar o número de funcionários”, explica a gerente geral.

E mesmo a chegada da marca sendo um grande acontecimento na hotelaria paulistana, Rosana confirma o desafio de encontrar mão de obra qualificada, já tão sentido pelo setor como um todo. “Esse gargalo também acontece no Rio de Janeiro. Com a retomada, muitos hotéis estão contratando, restaurantes reabrindo e isso gera uma necessidade de mão de obra. Por outro lado, a Marriott faz questão de trazer não apenas pessoas experientes, mas atuar com treinamentos e iniciar profissionais que estão chegando”.

Nas semanas que precederam a abertura, o JW Marriott SP realizou uma série de capacitações com todos os colaboradores. “Promovemos treinamentos sobre a marca e, em seguida, a equipe foi dividida em grupos, com capacitações direcionadas aos seus respectivos departamentos”, conta a executiva.

A marca de luxo, que faz parte da história da rede e carrega o nome de seu fundador, traz um peso de uma responsabilidade ainda maior para o empreendimento. “É uma marca fruto de uma demonstração de amor de um filho para seu pai. Logo, focamos muito nesse treinamento, para que todos os associados saibam que não se trata de um luxo agressivo e ostensivo”, comenta a gerente. “Estou muito animada por estar de volta à minha terra natal, abrindo um hotel cuja marca atuei por 10 anos e conheço muito bem”.

JW Marriott - rosana okamoto

Estou feliz por estar de volta à minha terra natal, diz Rosana

Posicionamento de mercado

A oferta de luxo paulistana vem ganhando competidores de peso, a exemplo da abertura do Rosewood São Paulo. Concorrendo diretamente com outros empreendimentos, como Palácio Tangará, Grand Hyatt São Paulo, Sheraton WTC e Hilton São Paulo Morumbi, o JW Marriott desenvolveu um tarifário flutuante, mas quer estar próximo das propriedades com as melhores diárias da cidade.

“Nosso posicionamento tarifário é comparado aos hotéis de luxo da própria Marriott. Vai depender muito do período procurado. Eu diria que estamos no meio do caminho em relação aos nossos concorrentes diretos, entre Hyatt e Fasano, com uma diária média na casa dos US$ 330”, revela Rosana. “Começamos com o número correto de associados e nossa expectativa é crescer em ocupação”.

Na gestão do Four Seasons, a localização do ativo foi um dos empecilhos para o êxito do empreendimento. Em um novo momento, a JW busca agregar valor ao bairro, levando experiência aos hóspedes, frequentadores e moradores. “Queremos que os locais venham passar a tarde no hotel. Temos um cenário bem diferente de quatro anos atrás. As empresas retornaram aos prédios corporativos e as lojas do complexo estão reabrindo”.

A&B e wellness na ponta da estratégia

Para atrair o público externo, a Marriott aposta em uma gastronomia que mescla a culinária italiana com elementos paulistanos. Comandado pelo chef Ícaro Rizzo, o restaurante Neto enaltece produtores do estado, com insumos orgânicos e frescos. O café da manhã, que em um primeiro momento está sendo servido em modelo empratado, em breve passará para o sistema de bufê. Já o almoço opera com menu do chef, mirando as demandas corporativas da região. No jantar, o JW chega com uma proposta de experiência gastronômica.

No Caju Bar, os drinks dominam. O departamento de A&B (Alimentos & Bebidas) trouxe receitas clássicas e autorais, além de pratos para dividir e sanduíches. “No futuro, também vamos realizar um brunch no restaurante. A gastronomia é um dos focos da marca, com grande potencial de receita. A área de eventos também entra nessa fatia, com um menu diversificado e personalizável”, explica a gerente.

O bem-estar complementa a oferta extra do empreendimento, com spa, sauna, piscina aquecida e academia, todos em pleno funcionamento. “Trabalhamos em parceria com uma marca nacional de cosméticos, que tem tudo a ver com a proposta do hotel. Além de comer bem, o cliente também pode ter um momento para o autocuidado”, salienta Rosana.

Rio x SP

Com 25 anos de Marriott em seu currículo, a gerente explica que os mercados de São Paulo e Rio têm sim suas diferenças, mas convergem em muitas semelhanças. “A marca é a mesma, mas são cidades distintas. O Rio de Janeiro também possui sua demanda corporativa, principalmente no JW. Em São Paulo, identificamos uma maior diversidade do público business, com uma variedade de setores chegando ao hotel. É um parecido diferente”, avalia.

Por enquanto, cerca de 80% das reservas estão chegando pelo Marriott Bonvoy — clube de fidelidade da rede. Rosana afirma que as perspectivas para 2022 são as melhores possíveis, com muitos clientes demonstrando vontade de conhecer a nova unidade. “O telefone tem tocado bastante. Algumas pessoas querem ver como está o antigo Four Seasons. A Marriott tem grandes expectativas no produto e este ano vamos fazê-lo crescer. Em 2023, espero que a pandemia já tenha sido superada para retornarmos aos patamares pré-crise”, finaliza a gerente.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Marriott International