Ainda que o turismo esteja em fase de queda, as perspectivas para a indústria hoteleira no próximo ano são animadoras. De acordo com a mais recente edição da Pesquisa Global de Sentimento dos Investidores Hoteleiros, desenvolvida pela JLL, o setor hoteleiro seguirá resiliente em 2024, atraindo mais investimentos.

O estudo aponta que a procura por hospedagem disparou, com o RevPar global com alta de 10,2% frente a 2019. A JLL entrevistou investidores hoteleiros globais para entender a evolução do apetite por novos negócios no segmento, expectativas em torno do cronograma de recuperação da indústria hoteleira e projeções para o ano vindouro.

Mesmo com um desempenho robusto dos empreendimentos, o volume global de investimentos no setor vem em ritmo moderado, com espaço para crescer. Com questões macroeconômicas no caminho, somadas ao aumento do custo da dívida e queda no poder de compra, o cenário não é dos mais propícios.

É fato que alguns obstáculos persistam em 2024, enquanto outros desafios possam aparecer, afinal, um novo ano sempre é sinônimo de surpresas. Todavia, os investidores estão otimistas, com cerca de 81% esperando tornar-se compradores líquidos nos próximos 12 meses e com sede de aplicar mais capital na indústria hoteleira global.

Desafios do mercado

De olho na recuperação do RevPar de suas carteiras hoteleiras, os investidores estão conscientes dos desafios que vêm pela frente, impactando a liquidez dos empreendimentos, bem como sua capacidade de transação. Para a JLL, os três principais empecilhos são:

  • Custo de capital
  • Aumento dos custos dos seguros sustentado pelo crescente risco climático
  • Capex diferido, com muitas marcas reinstituindo PIPs

Brasil

Em setembro, a JLL lançou o estudo Hotelaria em Números 2023, desenvolvido em parceria com o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil). O levantamento apontou uma recuperação robusta do setor em 2022, com evolução dos índices que se mantiveram no primeiro semestre deste ano. A análise, que contou com dados de 500 hotéis, resorts e flats em operação, destacou o avanço das diárias médias no país, que atingiu R$ 290, maior patamar desde 2004.

De acordo com o índice do último ano, o setor recuperou as perdas inflacionárias da última década, com diárias médias que chegaram a R$ 212 em 2021. Já no ano passado, o RevPar foi a R$ 171, apenas um pouco abaixo da série histórica, de R$ 173, registrada em 2014.

A pesquisa ainda mostra que a alta taxa de juros, provocada pela inflação pós-pandemia, freou o desenvolvimento de novos projetos.

Para baixar o estudo Pesquisa Global de Sentimento dos Investidores Hoteleiros na íntegra, acesse o link.

(*) Crédito da foto: Dave Photoz/Unsplash