Aberto há pouco mais de um ano, o Hot Beach Suites chegou ao mercado para consolidar a posição do Grupo Ferrasa em Olímpia (SP). Mesmo investindo em novos produtos, a rede sabe que só a experiência garante a fidelização genuína do cotista em meio a uma concorrência cada vez mais acirrada no município paulista.

À frente do empreendimento há apenas três meses, José Enrique Bertini embarca em seu primeiro desafio no segmento de multipropriedade. “Não é muito diferente de condo-hotel. Acho que quem tem essa experiência profissional consegue se adaptar bem a essa nova operação. Agora, é aquilo: em vez de lidar com 400 condôminos, são milhares”, comenta.

Com mais de 25 anos de experiência no setor hoteleiro, Bertini acumula passagens pela Atlântica Hospitality International, Ouro Minas Palace Hotel e Nobile Hotels & Resorts. E tal bagagem garantiu a expertise necessária para migrar para um segmento ainda inexplorado por ele. “Há vários aspectos parecidos em questões como gestão de condomínio e legislação. Então, quem vem do condo-hotel não sente muita diferença, embora a assembleia seja um pouco diferente. No fim, são pequenas particularidades, e o mesmo vale operacionalmente”, compara.

Em seus primeiros ajustes na operação deste novo desafio profissional, Bertini explica que seu maior foco é garantir uma experiência completa, principalmente no quesito atendimento. “Com algumas iniciativas, mesmo em pouco tempo, conseguimos pular de 27º para 14º nas avaliações do TripAdvisor. Minha meta é fechar o ano entre os cinco primeiros”, ressalta.

Hot Beach Suites - capa

Demandas do parque elevam ocupação

Desafios operacionais e novas implantações

Em seu primeiro ano de atividades, o Hot Beach Suites segue em fase de consolidação no mercado. Com cotas vendidas para o uso de uma, duas, três ou quatro semanas, o empreendimento conta com 102 UHs de dois dormitórios e 340 UHs com apenas um quarto. Até o momento, 97% das frações foram comercializadas – o que representa um total de 10,5 mil cotistas. Os preços variam de R$ 30 mil (para uma semana em UH de um dormitório) a R$ 150 mil (quatro semanas / dois dormitórios).

“O pool flutuante, que é vendido para hóspedes que não são proprietários, gerava uma logística complicada no dia a dia, mas estamos apostando na tecnologia para facilitar tudo isso, como o Check-In Express, por exemplo. Quando cheguei, era uma fila enorme nos check-outs dos hóspedes não cotistas aos domingos”, revela o executivo.

E outras iniciativas estão por vir. De acordo com Bertini, em breve, o Hot Beach Suites implementará um portal para o investidor, em fase final de desenvolvimento. “Ali, mais do que prestar contas do nosso trabalho, queremos tornar a ferramenta um canal de comunicação vital com os proprietários”, pontua.

Em um modelo que preza pela preservação dos ativos, manutenção e governança também são pontos sensíveis da operação – fatores que também estão na lista de prioridades do empreendimento.

Hot-Beach-Suites-e-entregue-pelo-Grupo-Ferrasa

UHs possuem um ou dois quartos

Atratividade e comercialização

Comercialmente, o Hot Beach Suites busca desenvolver melhor o pool, que ainda não possui procura expressiva. Bertini explica que muitos cotistas ainda não fazem o uso das frações e, ao mesmo tempo, os proprietários parecem ainda não ter entendido que, mesmo ser ir, podem ter algum rendimento com seu apartamento.

“Precisamos fazer uma boa comunicação com essas 10 mil pessoas e a plataforma será vital nisso. O que já aprendemos até aqui em relação à comercialização do pool? Na alta temporada é mais tranquilo vender esses quartos e gerar mais receita (e rendimentos para os cotistas). O desafio está na baixa, que é um trabalho mais complexo, mas que vai se resolver com estratégia de distribuição e foco na experiência para fidelizar clientes em geral”, acrescenta.

Para alcançar o objetivo, o empreendimento aposta em investimentos em experiência e entretenimento – pontos cruciais para a fidelização de hóspedes e proprietários. “Cotistas satisfeitos geram mais vendas de frações e estamos vendo isso nas recém-iniciadas vendas do Hot Beach You. Observamos várias cotas sendo comercializadas para condôminos atuais”.

Apesar dos desafios para atrair mais clientes, os feriados vêm performando bem, com ocupações que chegam a 73% – impulsionadas pelos parques e atrativos de Olímpia. Com a grande demanda por famílias, Bertini revela que investimentos em recreação e A&B (Alimentos & Bebidas) estão no topo da sua lista. “ Estamos ampliando as opções do cardápio. Um bom exemplo é a pizza, lançada recentemente. Desde então, já vendemos mais de R$ 17 mil em pizzas, mostrando a boa aceitação do produto pelo público.”

Mão de obra: o coeficiente de atrito

Com 150 funcionários, o Hot Beach Suites trabalha com muitos colaboradores temporários em departamentos como cozinha, governança e restaurante. Mão de obra especializada tem sido o calcanhar de Aquiles para o setor hoteleiro neste momento de retomada, e operar com funcionários que não dão respostas rápidas como fixos demanda mais atenção e capacitação para não afetar a entrega.

Em contrapartida, a folha de pagamento – que representa o maior custo na hotelaria – fica mais enxuta com temporário, o que torna a decisão de Bertini mais sensata neste momento. “Como tenho uma ocupação de 35% neste momento, ter um número elevado de funcionários fixos (e CLT) onera muito minha folha, reduzindo nossas margens”, explica o gerente.

Se por um lado os gastos pesam menos, por outro a balança pende na necessidade constante de formar profissionais. Aliás, essa é uma equação ainda difícil de resolver para grande parte do setor. “Até para chegar aos objetivos que temos para os resultados do hotel, essa é uma fonte de atenção e foco. Mas, veja, esse desafio é para todos os empreendimentos da cidade. Ainda assim, quem vem para Olímpia curte bastante, o que nos anima para seguir em frente”, finaliza Bertini.

(*) Crédito da capa: Vinicius Medeiros/Hotelier News

(**) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News e Divulgação/Grupo Ferrasa