A programação do HDC (Hotel Data Conference) permaneceu na Europa e, logo após a apresentação do desempenho da hotelaria local, houve dois painéis de debates com participação de profissionais da STR e de executivos de redes do continente. Levando em conta as medidas de isolamento social adotadas em vários países europeus e da semelhança com o momento atual no Brasil, duas mensagens principais são de valia para hoteleiros nacionais. A primeira: não entrem em pânico porque vai passar. A segunda: não fechem seus hotéis porque é pior.

Participaram dos debates, em dois painéis distintos do HDC, Anders Nissen (Pandox AB), Nicholas Northam (Interstate Hotels and Resorts), Cynthia Paynter (Accor), Dimitris Manikis (Wyndham Hotels & Resorts) e Tom Walsh (Staycity), além de Natalie Weisz, Robin Rossmann e Aoife Roche, todos da STR.

“Segmentos econômico e midscale vêm performando melhor. Agora, a experiência nos mostrou: tem que estar aberto para receber os hóspedes. Há procura de profissionais de atividades essenciais, tripulação, médicos… Enfim, houve demanda e essas pessoas precisam ser acomodadas. Foi o que fizemos nos mercados que atuamos em toda Europa”, comentou Manikis.

Nissen destacou que, em alguns mercados com lockdown mais restrito, hotéis estão obrigados a fechar, mas há quem opte por isso em função da demanda. “Manter a operação é permanecer vivo e isso é estratégico para nós. Não há muito o que pensar a respeito, até porque há pouca diferença, em termos de custos, entre manter uma unidade funcionando com serviços mínimos e fechá-lo completamente.”

HDC - previsões Europa_infográfico

HDC e o futuro na região

Rossmann destacou que ainda é muito complexo traçar prognósticos precisos, porque o relaxamento das medidas restritivas e o ritmo da vacinação estão em compassos distintos em vários países europeus. “Ainda assim, olhando no longo prazo, teremos retomada completa no RevPar só em 2024, para o segmento de lazer, e em 2025, para o corporativo. A demanda terá uma retomada mais rápida, possivelmente ao longo de 2022”, avalia.

Para ele, a principal razão para isso é a velocidade da recuperação do turismo internacional, muito importante para o continente. “Por isso, 2021 seguirá bastante desafiador: capitais ainda continuarão com 30% dos níveis de ocupação de 2019 (na média anual)”, complementou o executivo da STR.

“Ainda estamos nas mãos dos governantes e afetados pelas medidas de restrição e pelo ritmo de vacinação. Certo é que o doméstico continuará nos guiando até o fim definitivo do isolamento social – e isso também vale para o corporativo. É o que está ocorrendo na China: lazer forte e PMEs (Pequenas e Médias Empresas) gerando demanda de negócios. Por fim, haverá a retomada de eventos”, complementou Nissen.

(*) Crédito da capa: Rodrigo_SalomonHC/Pixabay

(**) Crédito do infográfico: STR