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Para que o setor hoteleiro se torne uma indústria mais sustentável, seus fornecedores precisam estar alinhados aos propósitos dos clientes. Enquanto hotéis independentes e grandes redes avançam em suas agendas ESG, a Frigo Service renova seu portfólio com produtos livres de plástico e recicláveis.

Sabendo que a sustentabilidade é um ponto-chave para manter a competitividade de mercado, a fornecedora de itens de frigobar vem priorizando oferecer aos empreendimentos marcas e produtos que se preocupam com o impacto ambiental da cadeia produtiva como um todo.

Segundo Leandro Souza, diretor da Frigo Service, a mudança no formato de alguns itens veio de demandas dos próprios hotéis. “Entendemos que, pelo fato de estarmos inseridos nesse mercado, precisávamos nos posicionar para que os clientes pudessem reforçar suas iniciativas. Hoje, a sustentabilidade é um ponto forte na hotelaria, e fomos provocados nesse sentido”.

Se antes as propriedades realizavam ações pontuais, como reciclagem e separação do lixo, atualmente a indústria caminha para um novo patamar quando se trata de mitigar os malefícios de suas operações. Muito além de empresas isoladas, organizações como a WTTC (World Travel & Tourism Council) redigiram diretrizes de sustentabilidade para meios de hospedagem.

“Estamos em uma constante busca por soluções dentro das possibilidades que temos hoje no mercado. Não é fácil, mas apoiamos esse movimento. Cada cliente tem seu próprio posicionamento e atendemos redes como Accor, Intercity, Meliá e Atlantica que já traçaram estratégias para eliminar o plástico de suas operações”, acrescenta Souza.

Frigo Service - leandro souza

Estamos em uma constante busca por soluções, salienta o diretor

O primeiro passo

Em fase de adaptação de seu portfólio, a Frigo Service deu seus primeiros passos rumo a uma oferta mais verde. A empresa incluiu opções de água em lata, caixinha (Tetra Pak) e embalagens retornáveis tanto para frigobar quanto para as lojas de conveniência, eventos e distribuição.

“Não chegamos a 100% de nossos produtos em formatos de menor impacto, mas começamos a fazer a nossa parte. Iniciamos com a água, que representa 60% do nosso faturamento. Hoje, temos essas três opções, mas ainda fornecemos as embalagens de plástico”, explica o diretor.

Como um dos itens de maior consumo dentro dos hotéis, a água foi o produto pioneiro da Frigo Service em versões eco-friendly. A decisão por oferecer mais uma opção foi de encontro com as necessidades de cada cliente. “Alguns preferem a caixinha, outros a retornável ou a lata. O setor vive uma fase de migração”, salienta Souza.

O fator custo

Ainda que a Frigo Service se esforce para trazer opções livres de plástico para a hotelaria, a dinâmica de oferta e demanda segue como um problema. Com poucas marcas trabalhando para fabricar versões alternativas de embalagens, os custos acabam saindo do orçamento de muitos empreendimentos.

O custo da lata representa 333% do valor das embalagens em PET, a retornável 317% e a Tetra Pak 500%. A discrepância de preços freia a adesão por parte de alguns hotéis, uma vez que os produtos comercializados são repassados ao consumidor final com cifras superiores ao usual.

“O mercado não está competitivo nesse aspecto. E, infelizmente, não temos uma solução para esse impasse. São poucos os fornecedores existentes que acabam monopolizando a oferta. Esperamos que grandes players com poder de distribuição entrem na briga para que os valores sejam reduzidos”, avalia o executivo.

Apesar dos valores elevados, a aceitação tem sido positiva tanto dos hotéis quanto dos hóspedes. “Nossos clientes não relataram queda na comercialização da água no frigobar. Existe um apelo e o hóspede entende a razão do reajuste. Já observamos essas opções de embalagem em outros segmentos e estabelecimentos fora do setor”, acrescenta Souza.

Outras opções

Além da água, a Frigo Service planeja incluir mais opções de itens alinhados com valores sustentáveis. Já em fase de conversas com algumas empresas, a fornecedora ressalta que ainda encontra certa dificuldade por parte das marcas parceiras.

“De modo geral, temos tido certa dificuldade. Encontramos um chocolate com embalagem de papel, mas é um produto de alto custo, que caberia em empreendimentos de luxo, por exemplo. Estamos trabalhando para trazer itens mais acessíveis”, pontua o diretor.

O empecilho da Frigo Service expõe um problema macro da cadeia hoteleira como um todo. Como pautar as operações em iniciativas ESG se os fornecedores não estão no mesmo ritmo?

“É uma provocação para os fornecedores também se movimentarem. Muitas vezes, optamos por retirar um produto do nosso portfólio por não oferecer uma embalagem sustentável. Desta forma, a marca perde espaço. E o setor hoteleiro é uma grande vitrine para esses itens”, afirma Souza.

Enquanto os demais elos da cadeia produtiva se adaptam, a Frigo Service se alia a quem já entendeu o recado. Em breve, a empresa incluirá também uma bananinha com embalagem sustentável em um hotel da Accor.

Internamente, a empresa promove reuniões semanais para debater tendências de produto. “Quanto aos nossos colaboradores, explicamos as novidades que estão chegando e damos orientações. Não podemos ser uma marca engessada a provocações. Acompanhamos o mercado e, em breve, vamos trazer um conceito de frigobar nunca antes visto na hotelaria brasileira”, adianta o diretor.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Frigo Service