Esta semana, a Hilton realizou uma apresentação privada para analistas de investimentos no Conrad Washington D.C. Na ocasião, os investidores da gigante norte-americana compartilharam  insights importantes. Para eles, um detalhe chave foi que a companhia espera aumentar seu EBITDA ajustado para pelo menos US$ 3,9 bilhões até 2026, ou 27% a mais do que no ano passado, aponta o Skift.

Durante a apresentação, a empresa reforçou que possui o maior pipeline de hotéis do mundo. A Hilton, que se mantém como a rede hoteleira mais valiosa do mercado, projetou que entre agora e 2027 cresceria suas unidades líquidas sob gestão a uma taxa de crescimento anual composta de 6,5%. Isso é maior do que os percentuais de crescimento anunciados pela Marriott International, Accor, IHG Hotels & Resorts e Wyndham Hotels & Resorts. Se o grupo alcançar esse ritmo, gerenciará 1,4 milhão de quartos até o final de 2026.

A rede comandada por Chris Nassetta afirmou controlar cerca de 20% dos quartos em construção em todo o mundo e 21% dos quartos em construção nas Américas, um mercado onde o grupo hoteleiro já possui ampla presença. “Uma grande oportunidade de conversão surge também no mercado europeu, bem como na marca midscale em desenvolvimento do Hilton, Spark”, escreveram analistas da Melius Research em um relatório após participarem da apresentação.

Alguns investidores têm se preocupado com a “qualidade” do crescimento líquido dos hotéis. Se grande parte do incremento vier de empreendimentos de cadeias de menor padrão, com menor RevPar, isso poderia significar que a Hilton contará com diárias mais baixas, um impulsionador chave da receita e dos lucros.

No entanto, os executivos da rede “observaram no início da reunião que as taxas por quarto estão aumentando, não diminuindo”. “Nossa visão é que as escalas de cadeias de menor padrão são um espaço em branco para a Hilton, então ‘vá atrás dele’, especialmente porque o crescimento é incremental e de baixo investimento”, disseram os analistas da Melius. “A alternativa seria taxas gerais mais baixas, menos pontos no mapa e menos valor de marca/sistema, em nossa opinião.”

Outros insights

Expansão do programa de fidelidade para impulsionar vendas diretas: os executivos pontuaram durante a apresentação que os membros dos programas de fidelidade são responsáveis por impressionantes 64% das room nights reservadas. Segundo eles, o objetivo era aumentar esse número para alcançar 75% de ocupação “ao longo de vários anos”.

A Morningstar estimou em relatório que a Hilton hoje obtém cerca de 40% de seus negócios diretamente de seu aplicativo e site. Essas reservas diretas são mais baratas do que adquirir clientes por meio de OTAs, por exemplo.

Forte investimento em tecnologia: os executivos falaram muito com os analistas sobre seus investimentos em tecnologia, alegando que esses recursos ajudariam a obter mais lucros das operações. Além disso, eles citaram ferramentas de análise de negócios, uso de inteligência artificial para adaptar o marketing e os serviços aos hóspedes, automação de tarefas repetitivas e melhoria da eficiência na reserva online de espaços para reuniões.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hilton Worldwide