Com o período de recessão instaurado pela pandemia da Covid-19, a hotelaria brasileira tenta se adaptar e busca novas formas para geração de receita. Como citamos constantemente em nossas reportagens, o A&B (Alimentos & Bebidas)  é um ótimo gerador de experiências. E, de fato, eventos gastronômicos vem sendo utilizados por muitas redes e hotéis independentes. Uma das que apostam nisso para melhorar seus resultados é a Hotéis Deville, que no começo do mês abriu mais um canal de atendimento.

De acordo com Rodrigo Stipp, gerente corporativo de Operações da Deville, a rede tem um calendário previamente montado de ações voltadas para o A&B. “No início de ano é realizado um planejamento entre as equipes de Marketing, Relacionamento, Receitas e Operações para elencar o que pode ser feito ao longo do ano. Algumas são para toda a rede e outras são restringidas a unidades ou região em particular”, explica.

Além disso, dentro dessa reunião, ele afirma que a instruções básicas são dadas aos empreendimentos para datas comemorativas, como Dia das Mães. “Sempre conseguimos um bom retorno com estas ações, mas o tamanho disso depende da praça”, complementa Stipp.

Com objetivo de atingir tanto hóspedes, quanto o público externo, o executivo consegue definir qual a opção de cada público. Para ações menores, como Semana da Pizza ou do Café, o movimento maior é de hóspedes, principalmente pela divulgação em ambientes do hotel e o check-in. Neste caso, o objetivo é elevar o tíquete médio do hóspede dentro do hotel.

Por outra ótica, eventos como Páscoa, Dia dos Namorados e Reveillón, por exemplo, são mais frequentados pelo público da cidade. “São clientes que, neste caso, buscam comemorar essas datas fora de casa”, diz o gerente.

Deville: custo-benefício

Sem citar percentuais, Stipp afirma que muitas ações não geram custos e nem grandes receitas, mas auxiliam na divulgação da marca. “No caso de grandes ações, elas sempre trazem um volume de receita considerável, mas são ações bem planejadas e executadas. Qualquer erro pode prejudicar a reputação da marca”, salienta Stipp.

Em relação aos custos, o profissional relembra que depende do tamanho da ação. O nível de investimento, portanto, varia conforme a decoração, atrações e outras questões para cada evento. “No início é sempre complicado, porém é preciso testar e entender o que é viável para cada região. A divulgação é feita com antecedência e com fotos internas, incluindo pratos e decorações, em mídias sociais e até rádio”, pontua.

Dicas

Aos empreendimentos de menor porte e independentes, o executivo da rede paranaense cita algumas formas de realizar ações na mesma linha. “Nós recomendamos que estas unidades apostem em atividades do gênero. Algumas ações podem não ter o retorno esperado, mas a hotelaria deve sair da zona de conforto e buscar novas oportunidades”, avalia.

Para ele, correr alguns riscos faz parte da inovação, mas qualquer estratégia deve estar aliada às especificidades do público local. Portanto, além de estudar bem a população da cidade, o hoteleiro pode visitar e conhecer concorrentes para saber o que eles estão oferecendo, retorno financeiro e valores praticados.

“Não se pode ter receio de criar. Não existe ideia errada, mas sim ideia mal planejada e executada”, finaliza.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Rede Deville