Levantamento divulgado hoje (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que a taxa de desemprego caiu para 8,3% no trimestre encerrado em outubro. Além de estar abaixo das projeções de analistas, o resultado é o menor nível para o mesmo período de 2014, quando registrou 6,7% em meio a um cenário econômico turbulento. Considerando os diferentes trimestres da série histórica, é o menor percentual desde o intervalo até abril de 2015 (8,1%), informa a Folha de S. Paulo.

Com isso, o número de desempregados recuou para 9 milhões no trimestre encerrado em outubro, segundo os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Quando o indicador de desemprego marcava 9,1% até julho, o contingente somava 9,9 milhões de pessoas desocupadas. No trimestre até setembro, a taxa se encontrava em 8,7%, com 9,5 milhões de desempregados.

Mais vagas

Com esse resultado, o contingente de pessoas ocupadas chegou a 99,7 milhões, batendo o recorde da série histórica iniciada em 2012. “Este momento de crescimento de ocupação já vem em curso desde o segundo semestre de 2021. Com a aproximação dos últimos meses do ano, período em que historicamente há aumento de geração de emprego, a tendência se mantém”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad.

Vale dizer que o resultado inclui pessoas ocupadas tanto com trabalhos formais quanto informais e ambas as modalidades apresentaram crescimento na geração de empregos, informa o IBGE. No setor privado, o número de pessoas empregadas com carteira assinada foi de 36,6 milhões, alta de 2,3% (822 mil pessoas a mais). Já os sem carteira bateram recorde ao alcançar 13,4 milhões de pessoas, alta de 2,3% (297 mil a mais) no trimestre.

Outro grupo a bater recorde na série histórica foram os empregados no setor público, que totalizaram 12,3 milhões. Na avaliação de Adriana, atividades impactadas pela pandemia vêm abrindo vagas com a retomada nos últimos meses, como a educação. Contudo, a área de saúde também foi destaque de contratações no setor.

Mais renda

Desde o ano passado, a criação de empregos em meio à alta taxa de desemprego se caracterizava por salários abaixo da média. A inflação apenas piorou ainda mais este cenário, tornando a renda ainda mais frágil. Com a desaceleração deste último fator, em função dos cortes tributários do governo federal, o rendimento médio habitual finalmente apresentou sinais de melhora, alcançando R$ 2.754, alta de 2,9% frente ao trimestre anterior, até julho, e 4,7% na comparação anual.

Geralmente, os últimos momentos do ano são marcados por contratações temporárias, em virtude da alta demanda em setores como o comércio durante o período. Todavia, na avaliação de analistas, essa recuperação do mercado de trabalho já deve apresentar desaceleração em 2023, em função dos juros elevados.

(*) Crédito da foto: Agência Brasília