Ele nasceu, literalmente, dentro de um hotel. Natural de Fontainebleau, na França, Edouard Grosmangin admirava todos os dias, quando pequeno, a família trabalhar com afinco na propriedade dos Grosmangin. “Meu pai era o chef e meus avós atuavam na operação, então foi natural para mim trabalhar na hotelaria”, revela o gerente geral do futuro Rosewood São Paulo, aguardadíssima inauguração prevista na capital paulista. Agora, a pergunta do milhão: quando o novo cinco estrelas paulistano entra em operação?

“Em julho, batemos o martelo sobre a data, mas estamos nos programando para novembro. Inicialmente, a abertura ocorrerá apenas com os apartamentos do prédio da maternidade, onde já está tudo praticamente pronto. Depois, gradualmente, vamos incluir as suítes da torre”, acrescenta o executivo em referência a duas das edificações inclusas dentro do grandioso e lindo complexo de uso misto Cidade Matarazzo, na Bela Vista.

Outra importante questionamento que precisava ser feito a Grosmangin era como um francês, que passou os últimos 10 anos nas Ilhas Seychelles e que tem vasta experiência no segmento de lazer, acabou em uma metrópole como São Paulo – e atuando com corporativo? “É realmente uma história curiosa”, revela o executivo, que recebeu a reportagem do Hotelier News ontem (4), no showroom montado pelo Grupo Allard, principal investidor do complexo, na Alameda Rio Claro.

“Há dois anos e meio vim para o Brasil em um roadshow para promover as Ilhas Seychelles com agentes de viagens em diferentes cidades brasileiras. Pouco antes da viagem, um hóspede do resort (ele atuava no Raffles Seychelles) me passou o contato do Alexandre Allard e me recomendou visitar o projeto que, segundo ele, era incrível”, revela. “Marquei com o Alex e, dois dias antes de voltar de viagem, encontrei-o em seu escritório, em São Paulo. Era para ser um café rápido, mas ficamos quatro horas conversando.”

Desse mesmíssima bate-papo saiu o convite (inevitável naquele momento) para comandar o futuro Rosewood São Paulo. “Veja bem, não falo português e, naquele momento, trabalhava numa ilha paradisíaca do outro lado do mundo no segmento de lazer. A única coisa que fazia sentido é que minha esposa, que é belga, tem um filho brasileiro, que vive em Brasília”, relembra. “Meu enteado foi, digamos assim, um entusiasta da ideia e disse que, pelo meu perfil, fatalmente me adaptaria fácil ao Brasil. E ele acertou: por enquanto a experiência está ótima”, acrescenta.

Edouard Grosmangin - gerente geral Rosewood SP_interna

Torre projetada por Jean Nouvel (ao fundo) está bem adiantada; hotel pode abrir em novembro

Edouard Grosmangin e a vida em São Paulo

Acostumado à vida nômade dos hoteleiros, o executivo atualmente reside em Higienópolis, após morar por um tempo nos Jardins – ele chegou em janeiro do ano passado à cidade. “São Paulo é uma cidade incrível, que não está, em termos de negócios, muito longe das demais metrópoles do mundo e que, de certa maneira, lembra Nova York há 25 anos atrás. Ou seja, uma cidade de negócios que não explorava todo seu potencial gastronômico e cultural como o faz atualmente”, avalia Grosmangin.

Ciente do momento difícil da hotelaria paulistana decorrente da pandemia, o gerente geral do Rosewood São Paulo está confiante com as perspectivas para a propriedade. “São Paulo é uma cidade de negócios, e sempre vai ser assim, mas tem potencial grande para combinar isso com lazer, especialmente com essa rica gastronomia. Nossa expectativa é que consigamos absorver parte da demanda de altos executivos que vêm à cidade. Outra possibilidade são brasileiros de classe alta, mesmo os paulistas, que vão viajar cada vez mais internamente”, afirma.

Segundo Grosmangin, apenas uma equipe de oito profissionais trabalha no hotel atualmente, entre eles Silvio Araújo, que passou recentemente pelo Palácio Tangará e THG (Transamerica Hospitality Group). “Planejamos ter um staff de 350 a 500 funcionários”, adianta o executivo, graduado pela Vatel Institute, em Paris e com passagens pelo Hotel de Paris, em Mônaco, Six Senses (Vietnã e Ilhas Seychelles), Ritz-Carlton Bahrain e Maia Luxuary Resort & Spa, nas Ilhas Seychelles.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News